Os planos do Paraguai para se tornar um polo exportador e produtor na América do Sul

O Paraguai planeja avançar com licitações para construção de usinas solares voltadas à exportação de energia. A iniciativa é parte dos esforços do país para se tornar um polo regional de exportação e produção.

“Atualmente, a Ande [Administração Nacional de Eletricidade do Paraguai] tem uma licitação aberta para a construção de uma usina de energia solar de 140 MW na região do Chaco. Este é o primeiro projeto de energia solar em larga escala do Paraguai, e a meta da Ande é realizar pelo menos uma licitação no segmento [de energia solar] por ano pelos próximos 15 anos”, disse à BNamericas Javier Viveros, consultor de desenvolvimento institucional da Rede de Investimentos e Exportações do Paraguai (Rediex), durante o evento de energia solar Intersolar, realizado esta semana em São Paulo.

A Rediex está atrelada Ministério da Indústria e Comércio paraguaio.

“Estamos trabalhando atualmente em leis para estimular a expansão do uso e também a produção de energia renovável. Agora, o Paraguai já tem 100% de sua produção de energia de uma matriz limpa, mas uma grande parte dessa energia é hidrelétrica. Queremos expandir o uso de outras fontes renováveis também”, acrescentou Viveros.

Segundo o executivo, o Paraguai visa exportar energia renovável para outros países da América do Sul, incluindo o Brasil. Além da energia renovável, o governo buscará atrair empresas de outros setores, oferecendo impostos baixos e baixos custos de energia.

“Queremos desenvolver áreas florestais onde vemos um enorme potencial. Nos próximos 10 anos, queremos desenvolver 1,2 milhão de hectares de florestas para que isso possa ser usado pela indústria de celulose (plantações de eucalipto) ou outros usos”, explicou Viveros.

Em julho, a classificação de crédito de longo prazo do Paraguai, pela primeira vez na história, foi elevada pela Moody's para grau de investimento.

“Este upgrade da Moody's ajuda muito a melhorar nosso ambiente de negócios e abre caminho para uma redução nas taxas de juros. Isto tende a contribuir para nossa intenção de tornar o país cada vez mais uma plataforma de exportação para empresas da região. Não queremos competir com nenhum país, mas sim ser complementares dentro da cadeia de valor”, comentou Viveros.

O crescimento econômico sustentado, somado aos esforços de vários governos para diversificar a economia e fortes investimentos em infraestrutura, foram alguns dos fatores que levaram a Moody's a elevar a classificação de 'Ba1' para 'Baa3'.