Os portos da Argentina estão preparados para o hidrogênio verde?

Os portos na região da Patagônia argentina podem se tornar fundamentais para as ambições do país no segmento de hidrogênio verde, embora as instalações não devam ser usadas apenas para a exportação, mas também para a importação de equipamentos de produção e a prestação de serviços de bunkering.

“A Patagônia argentina é uma região estratégica por ter energia eólica de baixo custo e grandes extensões de terra, entre outros aspectos”, destacou Verónica Chorkulak, assessora técnica da agência de desenvolvimento alemã GIZ, durante um webinar para apresentar os resultados de um estudo sobre a preparação dos portos para o novo cenário.

O webinar foi organizado pela plataforma de hidrogênio verde H2LAC e o estudo foi conduzido pelo PtX Hub e pelo think tank de regulamentação de energia Ceare.

O estudo revelou que cinco dos 18 portos da região contam com a infraestrutura adequada para importar as turbinas eólicas necessárias para a produção de hidrogênio verde. Enquanto isso, outros três portos têm instalações que podem ser adaptadas para essas operações.

Apenas um terminal tem infraestrutura que poderia ser adaptada para a exportação de hidrogênio verde, enquanto oito unidades têm terrenos onde a infraestrutura poderia ser construída.

Atualmente, apenas cinco portos oferecem serviços de bunkering.

Para atuar com a importação de turbinas eólicas, um porto precisa de um píer com pelo menos 230 m de comprimento, uma área de armazenamento de pelo menos 10 ha e uma área operacional.

Já os portos para operações de amônia e metano precisariam de uma área de armazenamento de pelo menos 5 ha, ou 25 ha se também forem abrigar uma planta de produção de amônia.

Questionado pela BNamericas sobre o custo dessas instalações, o diretor do departamento de transportes da Universidade de Buenos Aires, Alberto del Vecchio, coautor do estudo, afirmou que os preços parciais de algumas soluções técnicas foram incluídos para ajudar a estruturar os orçamentos. O estudo, porém, não inclui custos de referência para nenhum projeto completo.

Os projetos ativos de hidrogênio verde na Patagônia incluem a usina Pampas, de US$ 8,4 bilhões, na província de Río Negro, e o complexo MMEX Austral H2, de US$ 500 milhões, na Terra do Fogo.

A Southern Cone Energy, subsidiária local da multinacional sérvia CWP Global, assinou recentemente um acordo com a província de Terra do Fogo para desenvolver energia eólica, usinas de amônia e geração de eletrólise.