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VÍDEO: Os possíveis efeitos das mudanças no cenário do lítio no Cone Sul

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VÍDEO: Os possíveis efeitos das mudanças no cenário do lítio no Cone Sul

A queda contínua dos preços está forçando os produtores de lítio a se dividirem entre a demanda crescente e a maior pressão sobre a oferta, além do desenvolvimento de métodos de extração inovadores capazes de aumentar a eficiência e a sustentabilidade.

De acordo com os índices do mercado de Xangai desta quarta-feira (10), o preço de uma tonelada de lítio atingiu um novo mínimo, de 90.000 yuans, abaixo dos 100.000 yuans registrados junho, o equivalente a uma redução de US$ 13.700/t para US$ 12.300/t.

No final do ano passado, o metal era negociado a um preço 80% abaixo do valor de 2022.

Jaime Alée, presidente da ESK Consulting, comentou no webinar da BNamericas “El cambiante escenario del litio en el Cono Sur” que o preço permanecerá entre US$ 12.000/t e US$ 13.000/t no longo prazo, causando uma redução na lucratividade das vendas globais de carbonato ou hidróxido de lítio, de cerca de US$ 23 bilhões em 2022 para menos de US$ 10 bilhões este ano.

Entretanto, a previsão é que a produção aumente de cerca de 800.000 toneladas em 2024 para mais de 1 milhão de toneladas em 2025. Ou seja, “à medida que a produção aumentar, o preço continuará caindo”, comentou Alée, que alertou que isso pode fazer com que as empresas atrasem alguns projetos enquanto aguardam por um novo aumento de preços.

A demanda, porém, seguiria estável devido aos prósperos mercados de eletromobilidade, baterias estacionárias para usinas de energia renovável, computadores e outros.

Por isso, produtores e investidores avaliam tecnologias de extração direta de lítio (EDL) para garantir uma produção rápida e eficiente, ao mesmo tempo em que promovem as melhores práticas de sustentabilidade ambiental e social.

Apesar dos preços mais baixos, “as perspectivas da transição energética sugerem que o lítio é essencial para a viabilidade elétrica, e haverá um déficit”, destacou Fernando Patzy, gerente do Natural Resource Governance Institute (NRGI) para a região andina durante o webinar.

A preferência pelas tecnologias de EDL se deve à urgência de priorizar o tempo de produção diante da maior concorrência que se aproxima, uma vez que a técnica tradicional de poços de evaporação implica prazos mais longos para atingir a produção, contra o prazo de duas semanas de alguns sistemas de EDL, explicou Alée.

A atuação das tecnologias de EDL em salares do Cone Sul ainda carece de maturidade e experiência comprovada, por isso, Patzy acredita que sua incorporação será gradual e inicialmente complementada por poços de evaporação, pelo menos nas operações ativas, uma vez que “cada salar é específico, e a mesma tecnologia não pode ser aplicada em todos eles”.

A produtora chilena SQM, em parceria com a mineradora estatal Codelco, está avaliando a introdução da tecnologia de EDL no salar do Atacama na próxima década.

TENDÊNCIAS E SUBSTITUTOS

Patricio Ruz, gerente de processos de minerais não metálicos e de lítio da empresa de engenharia Ausenco, sugeriu no webinar que as empresas deveriam se concentrar no modelo de negócios e na caracterização do salar antes de buscar um método extrativo para garantir uma opção rentável.

Ele alertou, ainda, para as mudanças no mercado após o incêndio ocorrido no final de junho em uma fábrica de baterias de lítio, da empresa Aricell, na Coreia do Sul.

Segundo Ruz, o incidente teria sido causado pelo manuseio do hidróxido de lítio, que “é mais reativo que o carbonato”. Portanto, a tendência seria usar o carbonato, que é mais “administrável, em termos de termodinâmica, e oferece maior estabilidade química, eletroquímica e físico-química”.

Sobre as opções de substitutos, Alée considera que o progresso tecnológico permitirá que as baterias de lítio dobrem sua densidade energética. Assim, ainda não há possibilidade de outras baterias, como as de sódio, serem substitutas para elas. Além disso, milhões de dólares já foram investidos em fábricas de baterias de lítio em todo o mundo, lembrou Alée.

TRANSPARÊNCIA E GEOPOLÍTICA

Patzy, por sua vez, recomendou não perder de vista os fatores geopolíticos e a volatilidade dos preços antes de tomar decisões de investimento, uma vez que, ao contrário de outras commodities, o lítio é produzido em poucos países e ainda tem relativamente poucos compradores.

“O mercado é oligopolista e ainda busca mecanismos de definição de preços nos principais centros financeiros”, indicou.

Neste cenário, a China tem papel de liderança na compra e no processamento de lítio. Porém, há esforços para mudar a configuração do comércio, com a entrada de novos projetos em países como Argentina ou Brasil, além da tentativa frenética dos Estados Unidos, Canadá, Japão, Arábia Saudita ou União Europeia, entre outros, de proteger suas cadeias de abastecimento do Cone Sul.

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