Os projetos peruanos de cobre que poderão iniciar suas operações nos próximos anos

A produção de cobre do Peru poderá ultrapassar 3 milhões de toneladas por ano (Mt/ano) com o lançamento de novos projetos e expansões. Há cinco projetos de cobre no valor estimado de US$ 5,2 bilhões que deverão entrar em operação até ao final de 2028, com outros quatro em situação semelhante, porém em situação mais incerta.

O Peru é o segundo maior produtor mundial de cobre, depois do Chile, com produção de cerca de 2,5 Mt/ano desde 2016. Espera-se que esta estagnação termine este ano com a produção anual da mina Quellaveco, que aumentará o total para 2,88 Mt, embora a qualidade de vários depósitos siga caindo.

A BNamericas analisa a seguir a carteira de projetos.

BOAS PERSPECTIVAS

1. NOVA FUNDIÇÃO/REFINARIA DE ILO

A construção de uma nova fundição Southern Copper na região de Moquegua visa expandir a capacidade da atual refinaria que processa 1,2 Mt/ano. Com a nova planta de US$ 1,3 bilhão, um volume adicional de 1 Mt/ano pode ser processado.

Em meados de maio, a Southern Copper informou que investiria este ano US$ 22,5 milhões no projeto, que ainda se encontra em fase de estudo de viabilidade, com início de construção previsto para 2024. A obra está prevista para ser concluída até ao final de 2025.

2. EXPANSÃO DE TOROMOCHO (FASE DOIS)

Após receber a licença de construção pendente, a segunda fase da expansão da mina Toromocho pode finalmente começar este ano.

Segundo o Ministério de Energia e Minas (Minem), a segunda parte do projeto da Chinalco exigirá um total de US$ 814 milhões, e a previsão é que comece a operar em 2024.

A expansão de Toromocho aumentará a capacidade de processamento de 140 mil t/d para 170 mil t/d da mina localizada na região de Junín.

3. ZAFRANAL

O projeto de cobre Zafranal, estimado em US$ 1,47 bilhões e localizado na região de Arequipa, é um dos mais avançados no médio prazo. A construção está prevista para começar em 2025 e a produção a partir de 2028.

Mario Baeza, gerente geral da Minera Zafranal, disse à BNamericas que estão atualizando os custos de capital e operacionais do projeto. A empresa ainda não escolheu a empresa que será responsável pela engenharia detalhada; mas que planeja fazê-lo ainda neste semestre.

Uma vez comissionado, Zafranal produzirá 76 mil toneladas de cobre e 29 mil onças de ouro por ano

4. ROMINA

A operadora Minera Chungar, subsidiária da Volcan, decidiu adiar o início da construção do projeto polimetálico para 2024. O projeto de US$ 150 milhões irá produzir principalmente zinco e chumbo, mas também um pouco de cobre.

A aprovação do estudo detalhado de impacto ambiental está pendente e a produção deverá começar no final de 2026.

5. TÍA MARÍA

Embora o projeto da Southern Copper esteja paralisado há muitos anos, parece que a iniciativa de US$ 1,48 bilhão irá avançar em breve. Raúl Jacob, CFO da empresa, disse que a construção começaria no final de 2023 ou início de 2024, se o diálogo com as comunidades progredir. Até o momento não foi assinado um acordo oficial, mas a empresa já possui todas as licenças necessárias para lançar o projeto na região de Arequipa.

Segundo um executivo do setor de mineração, a construção de Tía María demorará cerca de dois anos, porém, como agora se propõe a construção de um reservatório para resolver o problema da escassez de água e aliviar as preocupações da comunidade, os prazos poderão ser alargados.

O especialista explicou à BNamericas que a Southern Copper terá que propor um acordo social com as autoridades do vale do Tambo, bem como realizar uma mesa de diálogo semelhante à que a Anglo American fez para levar Quellaveco adiante. Assim que Tía María estiver operacional, ela produzirá 120 mil t/ano de cobre.

FUTURO INCERTO

1. YANACOCHA SULFUROS

O projeto Yanacocha Sulfuros, na região de Cajamarca, é um dos mais esperados do setor e, ao mesmo tempo, um dos mais incertos. A decisão de investimento para o projeto de ouro e cobre da norte-americana Newmont, está “em espera”. Se for retomado, o projeto poderá iniciar a construção entre 2024 e 2025, e iniciar a produção no final de 2027.

De acordo com o banco de dados de projetos BNamericas, Yanacocha Sulfuros é um megaprojeto de US$ 2,5 bilhões que, após o processo de escalonamento, produzirá 544.310 toneladas de cobre e 525.000 onças de ouro por ano.

2. MAGISTRAL

A construção do projeto de cobre da Nexa Resources deveria começar este ano, mas a decisão de investimento foi adiada, segundo o Minem. Um relatório do ministério observa que as operações estavam programadas para começar em 2026, mas agora as datas “ainda serão definidas”.

Magistral é um projeto polimetálico localizado na região de Áncash cujo capex totaliza US$ 493 milhões e extrairá cerca de 55 mil toneladas de cobre por ano.

3. GALENO

Um projeto com alto potencial, mas atualmente suspenso, é Galeno da Lumina Copper. Localizado na região de Cajamarca, tem capex de US$ 3,5 bilhões e produzirá cerca de 144 mil toneladas de cobre, 2 milhões de onças de prata e 82 mil onças de ouro por ano, segundo a base de projetos da BNamericas.

Embora não haja uma data de início definida, o projeto também poderá entrar em operação no final de 2027.

4. REFINARIA RÍO SECO

Outra iniciativa suspensa ligada ao setor do cobre é a refinaria Río Seco, em Buenaventura, na região de Lima. O projeto de US$ 410 milhões visa reduzir os níveis de arsênico de cobre proveniente da mineradora polimetálica El Brocal – também em Buenaventura – e já tem o estudo de impacto ambiental aprovado, segundo o Minem.

No início de maio, um funcionário da Buenaventura afirmou à BNamericas que o projeto estava parado. A construção estava programada para começar este ano e as operações no final de 2024.