
Por que as perspectivas de 2022 para a política monetária do Brasil são desafiadoras
A expectativa de desaceleração da inflação no Brasil este ano é cercada de grande incerteza que deve resultar na manutenção da taxa básica de juros do país (a Selic) em um patamar elevado, por um período prolongado.
"Os números recentes da inflação mostraram um cenário ruim porque, apesar de termos desacelerado em dezembro em relação a novembro, vemos uma pressão inflacionária mais generalizada em vários setores", disse Luis Otavio Leal (foto), economista-chefe do Banco Alfa, à BNamericas.
A taxa de inflação anual encerrou o ano passado em 10,06%, mais que o dobro da taxa de 4,52% de 2020 e atingiu o maior nível desde 2015, segundo o IBGE.
A taxa Selic ficou em 2% no início de 2021, o menor nível já registrado, e para combater a alta de preços o Banco Central a elevou para o atual patamar de 9,25%.
Em 0,73%, a inflação de dezembro surpreendeu positivamente e deu um sinal de que é necessária mais ação da autoridade monetária.
"O Banco Central deve continuar aumentando sua taxa Selic para 11,5% em março, e mantendo-a nesse nível pelo menos até 2023", disse Leal.
"Os juros altos são uma má notícia e têm uma influência muito negativa no setor de infraestrutura, pois os investidores financeiros passam a preferir investir em títulos públicos, atrelados à variação da taxa básica de juros, do que em projetos de infraestrutura", disse Mario Marcondes Neto, CEO do grupo brasileiro de infraestrutura de médio porte Conasa Infraestrutura, à BNamericas.
METAS DO BANCO CENTRAL
Os esforços do Banco Central para conter os preços ao consumidor falharam até agora, pois a taxa de inflação do ano passado estava bem acima de sua meta anual de 3,75%, bem como a faixa de tolerância de 2,25%–5,25%.
O fracasso obrigou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a publicar uma carta aberta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, explicando as razões da alta taxa de inflação e as medidas que o banco tomará para trazê-la de volta à faixa de tolerância.
De acordo com Campos Neto, os motivos foram problemas logísticos e gargalos nas cadeias produtivas globais, forte alta nos preços das commodities e escassez de água doméstica devido à prolongada estiagem que levou à significativa alta dos preços da energia.
Campos Neto destacou que o Banco Central apertou a política monetária no ano passado e continuará a fazê-lo com vistas a atingir a meta de inflação para 2022.
A meta para este ano é ainda mais desafiadora do que em 2021, já que foi fixada em 3,5%.
Apenas algumas horas após a publicação da carta e a divulgação dos números da inflação do ano passado, um novo ponto de potencial pressão inflacionária surgiu, quando a Petrobras anunciou um aumento nos preços da gasolina e do diesel. Foi a primeira alta desse tipo desde outubro.
Enquanto isso, a pandemia da Covid-19 continuará representando um risco para a economia brasileira e para a batalha inflacionária do Banco Central devido à variante ômicron, de rápida disseminação.
“A variante ômicron parece ser uma forma mais branda da doença, mas tem uma velocidade de transmissão muito maior do que as outras variantes”, disse Leal. “Com mais pessoas doentes, vimos empresas pararem a produção por falta de pessoal em todo o mundo e isso pode causar gargalos nas cadeias produtivas globais. O resultado efetivo dessa nova variante é muito mais inflacionário do que desinflacionário."
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