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Por que as PPPs de iluminação pública são um ‘condutor’ para os projetos brasileiros envolvendo cidades inteligentes

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Por que as PPPs de iluminação pública são um ‘condutor’ para os projetos brasileiros envolvendo cidades inteligentes

A concessão de serviços de iluminação pública a entidades privadas por meio de PPPs no Brasil não só está alavancando investimentos no segmento, como também tem sido vista como um “condutor” para projetos de cidades inteligentes.

Isto porque a maioria desses contratos exige a modernização do sistema de iluminação pública e inclui, por exemplo, serviços de telegestão, telemetria, conectividade e câmeras com IA.

“Os postes de iluminação pública estão por toda parte nas cidades. São algumas das únicas estruturas municipais com este alcance. Quando se tornam estruturas inteligentes, reunindo outros serviços, podem realmente ser um hub para serviços de cidades inteligentes”, disse  à BNamericas Bruno Gemus, CEO do Brasil da Juganu, provedora israelense de iluminação pública inteligente.

A plataforma da Juganu adiciona câmeras com IA de iluminação pública, computação de borda, reconhecimento facial e análise, além de telegerenciamento e outras soluções.

A empresa usa uma tecnologia sem fio patenteada para conectividade backhaul construída sobre os chipsets da Qualcomm. “Com isso, não precisamos levar fibra para todas as luminárias das cidades”, explicou Gemus.

A Juganu tem vários clientes no Brasil e está mapeando ativamente os projetos de PPP do segmento em busca de novas oportunidades.

A empresa está implementando suas soluções em cerca de 15 cidades brasileiras, 10 das quais por meio de parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), afirmou Gemus, que conversou com a BNamericas durante o Qualcomm Digital Transformation Summit, realizado em São Paulo na terça-feira (15).

Segundo Gemus, a Jauganu tem mais cinco projetos com cidades em andamento para os próximos meses. Destes, dois referem-se a contratos já assinados e três a iniciativas sujeitas a “discussões avançadas”.

A iluminação pública tem sido a pioneira das PPPs no país. Segundo a consultoria especializada Radar PPP, havia 676 projetos de PPP de iluminação pública no país até 11 de agosto, entre anúncios, licitações lançadas, licitações fechadas, contratos assinados e anunciados, mas posteriormente parados.

A Juganu contabiliza mais de 100 mil pontos conectados no país, com projetos de diversos tipos. Dessas, 150 referem-se a lâmpadas habilitadas para 5G, 15 mil a lâmpadas com Wi-Fi e câmeras, e cerca de 70 mil a lâmpadas de iluminação pública com os recursos “básicos” de gerenciamento remoto, segundo Gemus.

Todos os equipamentos são importados, mas a Juganu pretende ter a produção brasileira no segundo trimestre do ano que vem. A ideia é ter uma fábrica local de montagem de equipamentos de iluminação inteligente, o que ofereceria incentivos fiscais para a Juganu.

Além do Brasil, a empresa tem projetos no Peru e na Colômbia, entre outros países da América Latina.

Um dos projetos mais recentes de Juganu é com TIM e Qualcomm para a cidade do Rio de Janeiro. As empresas implantaram quatro luminárias inteligentes na praia de Copacabana.

Os equipamentos incluem câmeras inteligentes, tecnologias de processamento de borda e Wi-Fi com equipamento da Qualcomm, além de irradiar o sinal 5G da TIM na área.

“Já temos cerca de 15 municípios no Brasil usando essa tecnologia”, disse o CEO regional da Qualcomm, Luis Tonisi, em entrevista coletiva durante o encontro. “Queremos levar essa tecnologia para mais e mais cidades. A luminária é um hub de serviços: você pode ativar basicamente o que quiser lá”, acrescentou Tonisi.

O projeto está sendo desenvolvido para a SmartLuz, concessionária de iluminação pública que conquistou uma PPP no Rio de Janeiro em abril de 2020.

“Este deve ser um dos maiores projetos do gênero na América Latina quando ganhar escala”, afirmou Gemus.

Atualmente, a TIM contabiliza mais de 150 mil pontos de iluminação inteligentes no Brasil, com expectativa de chegar a 300 mil no próximo ano, segundo Alexandre dal Forno, diretor de produtos B2B e soluções IoT da empresa.

“Eu realmente acredito que as PPPs de iluminação pública são o caminho para a IoT, para esses projetos mais amplos de cidades inteligentes. Além disso, aproveitando esses projetos, você pode ter todo um ecossistema de empresas que o operarão”, ele afirmou durante o evento da Qualcomm.

Ainda segundo Dal Forno, a TIM já tem sua rede NB-IoT habilitada em quase 5 mil localidades brasileiras.

Um dos casos públicos mais recentes da operadora foi na cidade de Porto Alegre. Lá, a empresa, em parceria com a M2M Telemetria e a Qualcomm, está implantando o gerenciamento remoto da iluminação pública com a tecnologia 4G NB-IoT.

O projeto está sendo executado com a IPSul, concessionária responsável pela iluminação pública da cidade e vencedora da PPP em Porto Alegre em 2020.

Mais de 22 mil luminárias inteligentes foram instaladas e acionadas nas principais avenidas e ruas da cidade do sul do Brasil, representando aproximadamente 20% de todos os pontos de iluminação.

Além da M2M Telemetria, que a TIM escolheu como parceira chave para esses projetos e com quem desenvolveu uma plataforma de telemetria de iluminação “off-the-shelf” comercializada como TIM Smart Lighting, a operadora está trabalhando com outras startups para soluções NB-IoT, tanto para 4G quanto para 5G, segundo Dal Forno.

Em abril, a TIM anunciou uma nova parceria com a Engie para iluminação inteligente em Curitiba, somando-se a uma parceria semelhante à que os dois têm para Petrolina, no estado de Pernambuco.

O projeto de Curitiba surgiu após a Engie assinar um contrato de PPP com a prefeitura municipal para operação, manutenção e ampliação da infraestrutura de iluminação da cidade por 23 anos.

A parceria abrange cerca de 45 mil pontos de gestão de iluminação inteligente em toda a cidade.

Em Petrolina, cujo negócio foi anunciado em outubro passado, o contrato da TIM com a Engie compreende um projeto IoT para operar 5 mil luzes inteligentes na cidade.

A TIM também conecta mais de 20 mil pontos de iluminação em Santa Luzia, Minas Gerais.

Outra empresa que tem apostado forte no segmento é a Constanta Industrial, fornecedora brasileira de soluções de IoT.

Segundo seu CEO, Roberval Tavares, a Constanta tem atualmente 700 mil equipamentos ligados para iluminação pública, água e saneamento no Brasil, e pretende entrar em breve, também em parceria com a Qualcomm, na vertical da pecuária.

Só na iluminação pública, a Constanta contabiliza 105 mil pontos conectados no Brasil, explicou Tavares no evento.

“Temos uma parceria com o governo de São Paulo para uma cidade do interior do estado, que está se tornando um modelo para essas iniciativas. Estamos conectando diversos serviços, compartilhando infraestrutura, tudo usando a rede de iluminação pública como condutora”, disse o executivo.

Fora do Brasil, a Constanta também possui provas de conceito para medições de água e gás usando IoT em mercados como México e Argentina, as quais foram construídas sobre soluções desenvolvidas no país.

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