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Por que o México não está aproveitando ao máximo a dessalinização

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Por que o México não está aproveitando ao máximo a dessalinização

Apesar da seca e da escassez de água em vários estados, o México tem apenas um punhado de usinas de dessalinização em operação – todas no norte, região mais árida do país.

Isto se deve ao custo, afirmaram especialistas à BNamericas, embora se espere que o gasto caia nos próximos anos, resultando em mais usinas de dessalinização.

Jorge Campos, do Colégio de Engenheiros Civis do México (CICM), disse que rastreou apenas quatro grandes usinas de dessalinização em operação atualmente. São elas:

  • Ensenada, no estado de Baja California, que exigiu um investimento de 987 milhões de pesos (US$ 57 mi) e iniciou suas operações em 2018, durante a administração de Enrique Peña Nieto (na foto). Tem capacidade para tratar 250 l/s.
  • San Quintin, no mesmo estado, que também trata 250 l/s e exigiu um investimento inicial de 560 milhões de pesos.
  • Los Cabos, em Baja California Sur, que iniciou suas operações em 2006 e tem capacidade para tratar 200 l/s.
  • Sonora, no estado homônimo, que exigiu um investimento de 767 milhões de pesos, trata quase 200 l/s e atende Guaymas e Empalme.

Todos os projetos foram construídos e são operados por meio de contratos de PPP celebrados antes do início da atual gestão, que prefere projetos com financiamento público.

Uma segunda usina será construída em Los Cabos e terá capacidade para tratar 250 l/s. O projeto, no entanto, encontrou múltiplos obstáculos financeiros e jurídicos, embora estes possam ser resolvidos em breve, segundo as autoridades locais.

Campos acredita que a razão do baixo número de dessalinizadoras pode estar no custo por metro cúbico de água obtida.

“O custo é significativamente maior do que outras opções. Se retirarmos o subsídio do governo, o preço sobe para 30 pesos [US$ 1,70] por metro cúbico, enquanto outras opções podem custar 10 pesos por metro cúbico”, disse ele em entrevista. “O custo vai depender de onde está a fonte de água, mas se só tiver acesso à água do mar, a dessalinização é a alternativa. No entanto, se você tiver água doce, outras opções são mais acessíveis.”

No entanto, a dessalinização tornou-se mais barata ao longo dos anos, segundou Carlos Puente, diretor de água, energia e ambiente do banco mexicano de desenvolvimento Banobras – que esteve envolvido em pelo menos três das atuais centrais.

“O primeiro projeto foi Los Cabos, e esse projeto foi estimado em 32 pesos/m³. Já no projeto Sonora caiu para 14 pesos/m³ no momento da licitação. Cada projeto tem suas especificações, mas o custo da dessalinização caiu”, afirmou ele em entrevista ao BNamericas, acrescentando que o método se tornou acessível e competitivo.

“As usinas estão se tornando mais eficientes e esta é agora uma tecnologia competitiva onde há escassez de água ou onde as fontes de água tradicionais, como os aquíferos, exigem dessalinização”, comentou Puente. “Esperamos mais projetos desse tipo e preços mais baixos no futuro.”

(Foto: AFP)

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