Prévia da inflação fecha acima da meta do Banco Central

A inflação brasileira estava acima da meta estabelecida pelo Banco Central (BC) em meados de dezembro, reforçando as expectativas de mais aumentos nas taxas de juros.

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 4,71% nos 12 meses até 12 de dezembro, segundo o IBGE.

A meta da autoridade monetária para o ano está entre 1,5% e 4,5%. Quando a inflação anual está acima da meta, o presidente do BC é obrigado a publicar uma carta aberta ao Ministério da Fazenda explicando por que não conseguiu manter a taxa dentro da meta.

No início deste mês, o BC elevou a Selic de 11,25% para 12,25% e indicou que ela poderia ser aumentada em um valor semelhante nas próximas duas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) durante o primeiro trimestre de 2025.

“Uma taxa de juros alta pode colocar em risco o perfil financeiro das empresas locais, principalmente aquelas que não conseguem se financiar com taxas de juros mais baixas nos mercados internacionais de capitais”, disse à BNamericas Alberto Sogayar, advogado especializado em infraestrutura do Sogayar e Alcântara Advogados.

Diante das pressões inflacionárias, analistas aumentaram suas projeções para a Selic para 14,75% até o fim de 2025, ante 12,25% há um mês, segundo pesquisa semanal do BC com 100 economistas publicada na segunda-feira (23).

O cenário representará um desafio para Gabriel Galípolo, diretor de política monetária do BC que substituirá Roberto Campos Neto na presidência da entidade a partir de 1º de janeiro no fim do ano.

Galípolo foi nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.