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Projetos de infraestrutura supervisionados por militares estão em nova polêmica no México

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Projetos de infraestrutura supervisionados por militares estão em nova polêmica no México

Dois dos projetos de infraestruturas cuja construção é supervisionada pelo exército mexicano estão envolvidos em nova controvérsia ambiental, desta vez envolvendo a mineração de materiais de construção na península de Yucatán.

Segundo documentos da Secretaria da Defesa (Sedena) obtidos pelo meio de comunicação Latinus, o Exército ordenou a abertura de 18 pedreiras em quatro municípios do estado de Quintana Roo – Benito Juárez, Solidaridad, Tulum, Felipe Carrillo Puerto –, as quais afetaram o solo, a fauna e a flora em 474 ha de selva. A maior das pedreiras cobre cerca de 100 ha.

Os documentos mostram que a secretaria esperava obter mais de 10,8 Mm³ (milhões de metros cúbicos) de rocha calcária, brita e areia para serem utilizados em projetos como a construção dos trechos 5 Norte, 6 e 7 do Trem Maia e do Aeroporto Internacional Felipe Carrillo Puerto em Tulum.

O exército está encarregado de ambos os projetos, que têm enfrentado forte oposição de grupos ambientalistas, que afirmam que danificaram vastas áreas de selva.

“As consequências dessas ações são enormes”, disse à BNamericas José Urbina, membro da organização ambiental local Selvame del Tren. “As decisões que foram tomadas em relação a estes projetos estão a empurrar a península de Yucatán para a desertificação. As obras [para construir o Trem Maia] deveriam ser interrompidas”, afirmou.

Os documentos obtidos pela Latinus também mostram que Sedena pagou 661 milhões de pesos (US$ 36,4 mi) entre 2021 e 2023 à Equipos y Maquinarias del Sureste e à Explosivos Asturión pelos trabalhos de perfuração e extração dos materiais. A Equipos y Maquinarias del Sureste teve seu contrato prorrogado até 9 de maio deste ano, segundo a reportagem.

As quantidades de explosivos utilizadas pelas empresas nas obras foram retiradas dos documentos e classificadas como confidenciais pela Sedena.

Questionada pela Latinus, a Secretaria do Meio Ambiente (Semarnat) disse não possuir alvarás ou documentação relativa à autorização das pedreiras. No entanto, a BNamericas apurou que, a menos que as pedreiras estejam em áreas naturais protegidas, as licenças ambientais deverão ser aprovadas pelas autoridades locais – neste caso, a Secretaria de Ecologia e Meio Ambiente de Quintana Roo (SEMA).

Ao mesmo tempo, o governo está envolvido em uma batalha legal com a mineradora norte-americana Vulcan Materials sobre a sua pedreira de calcário na península de Yucatán, alegando danos ambientais. A batalha viu o governo ameaçar transformar o terreno de 2.400 hectares da empresa em área natural protegida.

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