Província argentina inicia consulta social sobre 29 projetos exploratórios

As autoridades de mineração e meio ambiente da província argentina de Mendoza realizarão uma audiência pública no dia 8 de fevereiro para analisar os relatórios de impacto ambiental de 29 projetos de exploração como parte da iniciativa do Distrito Minerador Ocidental de Malargüe (MDMO).

Caso seja aprovado, esse pacote se somaria aos 34 projetos de exploração de cobre, ouro e prata do MDMO que já contam com aprovação do Congresso local.

Cidadãos, pessoas jurídicas e organizações públicas ou privadas poderão participar da audiência presencial ou virtualmente, mediante inscrição realizada neste link. O objetivo é que “todos possam participar de um debate público, transparente e informado”, afirmou a ministra provincial da Energia e Meio Ambiente, Jimena Latorre, em um comunicado.

A participação cidadã se tornou essencial para o avanço da mineração nesta província do oeste da Argentina, que tem um histórico anti-mineração, sobretudo graças à Lei 7.722, que proíbe o uso de substâncias como mercúrio e ácido sulfúrico, essenciais para os processos de produção mineral.

Guillermo Pensado, diretor do Plano Pilares, roteiro que traça o desenvolvimento da mineração local responsável pelo território e pela população, conversou com a BNamericas sobre esse período de mudanças em Mendoza.

“Este programa de prospecção será uma experiência de aprendizagem. Os legisladores estão aprendendo com esses relatórios. No início, ficavam impressionados, mas agora estão começando a entender os processos e as palavras técnicas que vêm das avaliações de profissionais da área ambiental, geólogos e outros. Hoje, o que buscamos é uma visão compartilhada”, disse Pensado, que também é vice-presidente de exploração da empresa canadense Blue Sky Uranium.

A documentação relativa aos 29 projetos, que visam descobrir o potencial geológico da área e já fazem parte de uma segunda etapa da iniciativa do MDMO, pode ser consultada aqui (em espanhol).

Este ano, Mendoza aderiu à Iniciativa de Transparência das Indústrias Extrativas (ITIE) e já estabeleceu um sistema de avaliação de projetos composto por 17 organizações, entre elas institutos ligados a assuntos indígenas e ciências ambientais, bem como diferentes entidades provinciais para assuntos como biodiversidade e transição energética.