Quatro grupos devem disputar concessão da BR-040

Quatro grupos planejam participar do leilão de uma concessão que envolve investimentos da ordem de R$ 13 bilhões (US$ 2,36 bilhões) na Rota dos Cristais.

O leilão do contrato de 30 anos para o trecho de 595 km da rodovia BR-040/GO/MG, entre Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais, e Cristalina, em Goiás, será realizado no dia 26 de setembro na B3. Do total de investimentos projetados, R$ 6,6 bilhões correspondem a capex e R$ 6,4 bilhões a opex.

A gestora de recursos brasileira 4UM, o banco de investimentos BTG Pactual, a concessionária de infraestrutura CCR e a francesa Vinci apresentaram os documentos necessários para participar do leilão junto com suas ofertas iniciais, segundo informações obtidas pela BNamericas com uma fonte envolvida na operação.

Entre as principais obras incluídas no contrato da Rota dos Cristais estão a duplicação de 9,9 km, 343 km de faixas adicionais e 61,6 km de vias marginais, de acordo com o banco de dados de projetos da BNamericas.

“O número grande de participantes nesse próximo leilão se deve ao fato de os contratos de concessão de rodovias no Brasil terem se tornado um modelo consolidado e de baixo risco para os investidores. A tendência é que, nos próximos leilões de rodovias, tenhamos ainda mais do que quatro grupos participando”, disse à BNamericas Alberto Sogayar, especialista em infraestrutura do escritório Sogayar e Alcântara Advogados.

POTENCIAIS LICITANTES

Entre os quatro grupos, o BTG é estreante em leilões de rodovias, já que o banco não tem presença no segmento.

No entanto, indiretamente, o BTG tem mostrado sinais de interesse na área de infraestrutura. Nos últimos meses, vem comprando, por meio de operações no mercado secundário, títulos de dívida da conturbada gigante do setor de engenharia e construção OEC, antes conhecida como Odebrecht.

Enquanto isso, a 4UM, gestora de ativos controlada pelas famílias locais Malucelli, Salazar, Federmann e Backheuser, conquistou em agosto a concessão da rodovia BR-381, em Minas Gerais, que exige investimentos estimados em R$ 9,3 bilhões.

A empresa ofereceu um desconto de 0,94% na tarifa de referência do pedágio, derrotando outra gestora de ativos, a Opportunity, que ofereceu um desconto de 0,10%.

A CCR tem 39 contratos de concessão ativos na área de rodovias, mobilidade urbana e aeroportos. A empresa é responsável pela gestão e manutenção de 3.615 km de rodovias por meio de concessões.

A Vinci tem grande presença em aeroportos brasileiros e também controla a Entrevias, concessão rodoviária no estado de São Paulo.