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Raio-x: demanda corporativa impulsiona o crescimento da energia eólica na Argentina

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Raio-x: demanda corporativa impulsiona o crescimento da energia eólica na Argentina

Consolidando uma tendência existente, os anúncios recentes de projetos eólicos na Argentina estão principalmente ligados a contratos privados de compra de energia ou iniciativas de autoabastecimento.

Diversos fatores estimularam o interesse por esse tipo de investimento, desde preço e segurança do fornecimento, até descarbonização corporativa, cumprimento de metas de energias renováveis e liquidez do peso.

PAMPA ENERGÍA

O maior projeto pertence ao player local de eletricidade e hidrocarbonetos Pampa Energía e envolve a construção de um parque eólico de 300 MW em Buenos Aires, avaliado em US$ 500 milhões.

A usina proposta, apurou a BNamericas, injetará energia no sistema de transmissão de 500 kV e operará no Mater, onde grandes usuários contratam energia diretamente de geradores renováveis.

Alguns trabalhos de preparação do local podem começar no final de março e licitações privadas estão planejadas para os componentes do projeto. A Pampa garantiu capacidade de despacho prioritário de transmissão.

A usina será o sexto parque eólico da empresa e aumentará seu portfólio de renováveis para 687 MW.

YPF LUZ

A geradora local YPF Luz emitiu US$ 150 milhões em dívida para ajudar a financiar seu quarto parque eólico, General Levalle, que deve custar US$ 260 milhões e ter capacidade de 155 MW.

Planejado para a província de Córdoba, o General Levalle também tem como alvo o Mater e recebeu capacidade de despacho prioritário de transmissão.

As três usinas eólicas atuais da empresa têm capacidade instalada combinada de 397 MW.

GENNEIA 

A geradora local Genneia, maior player de energia renovável da Argentina em termos de produção, também emitiu dívida recentemente – US$ 73 milhões – para ajudar a financiar a construção do parque eólico La Elbita, de 162 MW, na província de Buenos Aires, e da fazenda solar Tocota III, de 60 MW, na província de San Juan.

Na fase de construção, El Elbita terá inicialmente 104 MW de capacidade. A Genneia, com 784 MW de ativos eólicos, garantiu capacidade de despacho prioritário de transmissão para o projeto.

DOW-PCR

A imprensa local informou que a empresa global de produtos químicos Dow concordou em comprar 9 MW de capacidade eólica – para alimentar as operações na província de Buenos Aires – da empresa local de petróleo, eletricidade e indústria PCR.

Os projetos-alvo são Mataco III e Vivoratá, ambos com capacidade de despacho prioritário de transmissão. As obras começaram no ano passado.

TERNIUM

A unidade local da siderúrgica Ternium, com sede em Luxemburgo, anunciou que investiria US$ 160 milhões em um parque eólico de 72 MW na província de Buenos Aires, que deve entrar em operação no ano que vem.

A empresa contou à BNamericas que a usina será construída no modelo de autoabastecimento e conectada a uma linha de alta tensão que passará pelo terreno do projeto. As autoridades não esperam gerar energia excedente.

A Ternium segue os passos da produtora de alumínio primário Aluar, que em 2022 anunciou planos de expandir seu complexo eólico Puerto Madryn, de 165 MW, na província de Chubut, em 81 MW. A usina ajuda a alimentar suas operações que consomem muita eletricidade.

CAPACIDADE INSTALADA E VENTOS CONTRÁRIOS

Projetos visando o Mater e esquemas de autoabastecimento estão estimulando o crescimento da capacidade eólica na Argentina e um aumento geral na geração renovável, mas há ventos contrários que podem afetar esse momento.

A capacidade de transmissão sobressalente é limitada em alguns centros de energias renováveis e o cenário macroeconômico e regulatório – principalmente na esfera de controles de capital – é considerado pouco propício para grandes desembolsos por parte de alguns players estrangeiros.

De fato, as empresas que conduzem o crescimento são grandes companhias locais que buscam dolarizar seus pesos, disse o advogado Juan Cruz Azzarri, sócio do escritório de advocacia MHR Abogados, ao jornal local El Cronista. Ele acrescentou que um ponto positivo são as empresas estrangeiras interessadas em investir em energias renováveis para abastecer a indústria de mineração, mas que ainda restam dúvidas a respeito de quantos projetos realmente serão concretizados.

No entanto, em termos de leilões para contratos de fornecimento com a Cammesa, administradora do mercado atacadista de energia, um novo processo foi lançado recentemente, reativando um segmento que estava adormecido há anos. O período de consulta estará aberto até 24 de fevereiro e as ofertas serão recebidas até 15 de março, com abertura das ofertas comerciais em 10 de maio e os projetos anunciados em 24 de maio. Os contratos de fornecimento serão assinados entre 29 de maio e 20 de setembro.

A Argentina tem terras abundantes e recursos solares e eólicos invejáveis. A capacidade eólica instalada é de cerca de 3,3 GW.

O parque de energia renovável não convencional [ERNC] do país e a produção associada estão se expandindo lentamente.

De acordo com dados da Cammesa, as usinas de ERNC geraram 1,74 TWh de eletricidade em dezembro, em comparação com 1,55 TWh no ano anterior, correspondendo a 13,4% da produção total de energia.

A energia eólica representou 1,23 TWh da produção da ERNC em dezembro, acima dos 1,11 TWh do ano anterior.

A Argentina tem uma meta estabelecida por lei de gerar 20% de energia de fontes de ERNC até 2025.

A capacidade instalada na Argentina é de 42,9 GW, com as termelétricas correspondendo a 25,3 GW, as hidrelétricas a 10,8 GW, as ERNCs a 5,03 GW e as nucleares a 1,76 GW.

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