Raio-x: o cenário eleitoral na Bolívia

A Bolívia realizará eleições presidenciais em agosto do próximo ano, mas permanece uma grande incerteza em relação aos candidatos.

A situação é agravada por uma crise econômica devido à falta de combustível, à escassez de dólares, à inflação elevada e pelos protestos a favor do ex-presidente Evo Morales.

Além disso, o partido no poder, Movimento ao Socialismo (MAS), ficou dividido devido a confrontos entre o atual presidente, Luis Arce, e Morales, seu padrinho político, recentemente inabilitado para concorrer ao cargo por decisão do Tribunal Constitucional.

O cenário parece favorável para os representantes da oposição e, apesar da proibição, Morales indicou que concorrerá de qualquer maneira. Ele também afirma que lidera em intenção de voto nas pesquisas.

No entanto, Theodore Kahn, diretor associado da consultoria Control Risks, comentou à BNamericas que o atual prefeito da cidade de Cochabamba, Manfred Reyes, lidera na intenção de voto com 35%, segundo pesquisa que a empresa está prestes a publicar.

Em pesquisa inicial de 5 de dezembro encomendada pelo empresário Marcelo Claure, há empate de 18% entre Morales e Reyes, enquanto Arce permanece com 4%.

Nas últimas eleições para prefeito de Cochabamba, Reyes venceu com 55% dos votos. O empresário também ocupou o mesmo cargo entre 1993 e 2000.

Reyes foi capitão do Exército e durante sua carreira foi adido militar na embaixada da Bolívia no Brasil e nos EUA.

Segundo a mídia local, Reyes deixou a Bolívia em meio a acusações e pediu asilo político nos EUA, país onde teria permanecido até 2019.