
Raio-x: o encerramento das redes legadas na América Latina

As operadoras em toda a América Latina estão começando a desmantelar redes antigas que não lidam mais com tanto tráfego, à medida o 5G é implementado.
“Conviver com múltiplas tecnologias em paralelo (2G, 3G, 4G e 5G, embora esta última ainda não esteja disponível comercialmente em todos os países da região) é ineficiente do ponto de vista operacional”, disse Ana Valero, diretora de política regulatória da Telefónica Hispanoamérica.
Atualmente, redes 5G estão sendo implantadas em países como Brasil, Chile, México, República Dominicana e Guatemala, e outros cinco têm licitações de espectro de rádio planejadas para a nova tecnologia móvel.
Devido ao facto das condições de mercado não serem homogêneas, as operadoras têm abordagens diferentes relativamente à forma e data de encerramento das redes 2G e 3G.
Entre o final de 2021 e o início de 2022, as operadoras porto-riquenhas Liberty, T-Mobile e Claro anunciaram uma primeira onda de apagões de redes 3G, após terminar o desmantelamento das redes 2G.
A AT&T desativou sua rede 2G no México e a Telefónica se livrou do espectro e desmantelou toda a sua infraestrutura no país para continuar operando na rede da primeira.
Em novembro de 2022, a Tigo se tornou a primeira operadora da Colômbia a desligar sua rede 2G, seguida pela Claro em fevereiro deste ano.
No início de 2023, a Telefónica Chile anunciou que começaria a desmantelar sua rede 2G. Posteriormente, a Entel fez o mesmo anúncio, com vista à conclusão do processo durante o primeiro semestre de 2024.
O desligamento da rede é complementado pela substituição de aparelhos mais antigos, para que aquelas pessoas que não possuem equipamentos compatíveis com redes mais modernas não percam o acesso à conectividade.
Segundo dados do regulador chileno Subtel, em março havia pouco mais de 203 mil dispositivos conectados à rede 2G.
O Chile é um dos países indicados pela 5G Americas como tendo a maturidade necessária para avançar no desligamento das redes. Lá, as ligações móveis 3G correspondem a menos de 2 milhões, com o 4G tendo mais de 20 milhões de conexões. As redes 2G são praticamente inexistentes para transmissão de dados, afirmou a organização em comunicado.
Enquanto isso, o Brasil está alcançando uma alta cobertura 4G, portanto há cada vez menos lugares que dependem apenas de 2G para poder acessar a conectividade.
A cobertura e a quantidade de equipamentos que ainda se conectam apenas ao 2G são fundamentais para a tomada de decisão sobre o apagão da tecnologia.
A Telecom Argentina não mencionou planos nesse sentido, embora tenha dito à BNamericas que a rede 2G hoje suporta diversos dispositivos legados como alarmes, posnet e IoT em GPRS, entre outros, e tem clientes que continuam utilizando serviços nestas tecnologias.
A mesma situação foi levantada pelo CEO da operadora brasileira TIM, Alberto Griselli, em recente teleconferência de resultados. “Não podemos deixar esses clientes abandonados”, afirmou. A TIM não estabeleceu cronograma para desligamento de suas redes 2G e 3G. No entanto, vem acelerando a reorganização (ou migração) do espectro para 4G e 5G em áreas onde 2G e 3G já não são relevantes.
“Na maioria dos países, as atribuições de espectro não estão vinculadas à prestação de serviços com uma determinada tecnologia, mas permitem que as operadoras a utilizem de forma flexível para oferecer a melhor alternativa e experiência aos clientes”, explicou Valero.
A TIM também tem acordo de compartilhamento de rede nacional com a Telefônica Brasil, onde a rede 2G da primeira atende clientes de ambas as operadoras em 50% do território brasileiro, enquanto a Telefônica presta serviços na outra metade. O acordo permitiu que ambas as empresas de telecomunicações ganhassem eficiência e reduzissem custos associados a tecnologias mais antigas.
A Claro Brasil tem planos de encerrar sua rede 2G em 2024 e 3G em 2026, segundo informações do mercado. A empresa acredita que a tecnologia 3G tem um pouco mais de valor, pois utiliza mais largura de banda, afirmou a repórteres em fevereiro Paulo Cesar Teixeira, seu CEO.
AGENDA AMBIENTAL
A transição para redes mais modernas também faz parte de uma agenda para alcançar uma maior eficiência energética.
“A renovação da infraestrutura tecnológica é um dos facilitadores fundamentais da Estratégia Digital Chile 2035 e da meta do nosso país de Neutralidade de Carbono até 2050”, comentou a gerente de sustentabilidade e comunicações da Entel, Francisca Florenzano, em comunicado.
A modernização das redes “tem duas razões principais: por um lado, melhorar a experiência do cliente por meio da qualidade e prestação dos nossos serviços e, por outro, tornar tangível o nosso compromisso de proteção do ambiente, especificamente por meio da implantação de redes energeticamente mais eficientes”, concluiu Valero.
Com colaboração de Pedro Ozores.
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