Raio-x: o status da penetração do 5G na América Latina

A implantação do 5G continua avançando na América Latina, impulsionada pelo crescimento nos países que foram os primeiros a conceder espectro para a tecnologia, como Brasil, Chile e República Dominicana, seguidos por outros com implantações em estágio inicial possibilitadas pela reorganização de frequências.

A 5G Americas prevê que haverá 62 milhões de acessos 5G na América Latina até o final deste ano, o três vezes mais do que no final de 2022.

Em seu relatório de mobilidade mais recente, a Ericsson projetou que as assinaturas de 5G na América Latina chegariam a 330 milhões até 2028, o que representaria 42% do total de conexões móveis na região naquele ano. Isso se compara à penetração de 91% estimada para a América do Norte.

Enquanto isso, a GSMA estima que a penetração do 5G na América Latina aumentará para 57% até o final de 2030, com um total de 463 milhões de conexões.

“A previsão para assinaturas de 5G [na América Latina] foi adiada em um ano, com base na aceitação lenta e nas condições macroeconômicas difíceis esperadas para a região”, afirmou a Ericsson em seu relatório de junho.

“Deve haver uma adesão mais substancial a partir de 2024”, acrescentou o fornecedor sueco.

A proporção de usuários de 5G na base móvel total varia de acordo com o estágio de implantação em cada um dos países e também é influenciada pelo tamanho dos mercados.

A BNamericas analisa o status da penetração do 5G na região, considerando números oficiais de reguladores e estimativas feitas por consultorias.

CHILE

No Chile, que foi o primeiro país da região a leiloar frequências para a tecnologia, em fevereiro de 2021, a base 5G cresceu mais de 232% nos primeiros seis meses do ano, atingindo 2,8 milhões.

Ela representava 12,5% de todos os acessos à internet móvel (3G, 4G e 5G) e 10,6% de todas as linhas móveis do país no final de junho, segundo estatísticas do regulador local Subtel.

“Este crescimento contrasta com o declínio das redes 4G, que passaram de 20,3 milhões de dispositivos conectados no primeiro semestre do ano passado para 18,4 milhões de conexões no primeiro semestre deste ano”, escreveu a Subtel em seu último relatório.

BRASIL

No Brasil, que concedeu espectro para o 5G em novembro de 2021, a tecnologia representava 5,8% de todas as linhas móveis em agosto deste ano, segundo a Anatel.

Nos 12 meses até o final de agosto, 11,1 milhões de novos acessos 5G foram ativados no país, segundo dados oficiais.

Em números absolutos, o Brasil tem quase 15 milhões de conexões 5G.

MÉXICO

A empresa de consultoria e pesquisa Omdia estimou que o México tinha uma penetração 5G de cerca de 4% em meados deste ano.

O país ainda não licitou blocos de frequência para a tecnologia, mas o serviço já está disponível graças à reorganização do espectro por empresas como Telcel e AT&T.

Outra consultoria, The Competitive Intelligence Unit (CIU), estimou que o número total de linhas móveis no país superava 139 milhões no final do primeiro semestre.

As últimas estatísticas oficiais do regulador IFT são de março, mas calculam o número de linhas móveis em serviço em quase 130 milhões. Nem a CIU nem o IFT divulgaram estimativas ou números para o 5G.

REPÚBLICA DOMINICANA

Depois de se tornar o terceiro país da América Latina a conceder espectro 5G, a República Dominicana informou que 14,5% das linhas móveis utilizavam tecnologias de internet móvel diferentes de 3G ou 4G – ou seja, principalmente 5G – no final de junho, de acordo com estatísticas de regulador Indotel.

O número total de linhas móveis no país caribenho era de 10,2 milhões em 30 de junho, segundo o regulador.

OUTROS MERCADOS

Em outras partes das Américas, a Omdia estimou que 43% das conexões móveis nos EUA e 18,5% das conexões no Canadá eram 5G no final de junho.

A Omdia também estimou a penetração do 5G no território norte-americano de Porto Rico em 30% no final do segundo trimestre de 2023.

Enquanto isso, Peru e Argentina, que ainda não realizaram leilões do 5G, tinham uma penetração de 5G de 1,5% e 0,2%, respectivamente, segundo a Omdia.

Esses números são atribuíveis a pilotos e implantações de arquiteturas como FWA, de acordo com Ari Lopes, gerente sênior de pesquisa da Omdia para o mercado das Américas.