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Raio-x: os acordos recentes de fusões e aquisições no setor de ISPs do Brasil

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Raio-x: os acordos recentes de fusões e aquisições no setor de ISPs do Brasil

O mercado de provedores de serviços de internet (ISPs) do Brasil continua sendo um dos mais competitivos do mundo, com cerca de 12.000 empresas formalmente registradas operando em diferentes regiões e segmentos, cenário que há tempos vem alimentando as atividades de fusões e aquisições (M&As) no setor.

A necessidade de grandes investimentos em infraestrutura e questões de escala para a negociação com fornecedores são dois fatores que favorecem a consolidação das empresas.

Somente nos últimos meses, foram registradas dezenas de aquisições de empresas menores por ISPs maiores, com outras negociações em andamento.

Pelo menos dois executivos do setor confirmaram à BNamericas, sob condição de anonimato, devido à natureza estratégica das transações, que suas empresas de médio porte anunciarão aquisições nas próximas semanas, uma no Sudeste e outra no Norte do Brasil.

Após uma queda de 23% nos acordos de M&A no ano passado, o setor de tecnologia, mídia e telecomunicações (TMT) como um todo registrou 216 transações no segundo trimestre de 2024, um aumento de 11% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram registradas 194 transações, de acordo com um estudo do segmento feito pela KPMG.

No mês passado, a Brasil TecPar anunciou um acordo para adquirir o controle dos ISPs ALT, GGNet e ItelFibra, um grupo conhecido como “ALT-GGNet”, por R$ 376 milhões (US$ 67 milhões), sua maior aquisição até o momento.

Em julho, a empresa adquiriu o ISP Nova Telecom, de Minas Gerais, por R$ 74,7 milhões. A Brasil TecPar estabeleceu a meta de ser um dos 10 maiores ISPs do país. A empresa também aposta no mercado corporativo para essa expansão.

“A Brasil TecPar vem crescendo muito, fazendo muitas aquisições e expandindo de forma orgânica. A mesma coisa se dá na frente corporativa. Uma grande missão agora é alavancar a sinergia das novas redes”, disse à BNamericas em janeiro Márcio Estefan, CCO do braço de B2B da Brasil TecPar, Ávato Tecnologia.

Em junho, a Alares adquiriu a Azza Telecom, com foco no estado de São Paulo, por R$ 188 milhões. Na época, a empresa destacou que, com o acordo, se tornaria o sexto maior ISP do país e o quarto maior do estado de São Paulo.

“A Alares é protagonista nesse mercado de consolidação. Continuaremos como consolidadores no segmento”, disse o CEO da empresa, Denis Ferreira, em entrevista à BNamericas em maio.

Também em maio, a Sky, propriedade do Grupo Werthein, da Argentina, fez suas duas primeiras aquisições de ISPs de fibra como parte de sua aposta para crescer no segmento de banda larga fixa. A empresa adquiriu a base de clientes e os ativos das operadoras Netsulminas, em Minas Gerais, e Level Link, no Ceará.

A Sky afirmou que pretende continuar fazendo aquisições no setor, ao mesmo tempo em que aposta no uso de redes de fibra neutra para expandir sua presença.

Enquanto isso, a Master Internet, de Minas Gerais, anunciou em maio que estava adquirindo quatro ISPs para fortalecer sua presença no interior do estado de São Paulo. Anteriormente, em fevereiro, a paraibana Proxxima Telecom adquiriu um grupo de provedores pertencentes ao Grupo Rex no estado da Bahia por um valor não divulgado.

A Vero, que fundiu suas operações com a AmericaNet no ano passado, também está tentando se consolidar.

Recentemente, o CEO Fabiano Ferreira afirmou que a empresa tinha vários negócios em andamento relacionados a potenciais aquisições de outros ISPs.

A Desktop, que confirmou estar em negociações com a Telefônica Brasil para a possível venda de sua rede, também pretende retomar as aquisições de empresas menores.

Em uma teleconferência no mês passado, o diretor financeiro, de M&A e de relações com investidores da Desktop, Bruno Leão, anunciou que a empresa está “em conversas avançadas para M&As”, especialmente de empresas em áreas adjacentes às suas operações.

Na ocasião, Leão disse que o mercado de ISPs no Brasil havia recuperado um bom “equilíbrio de preços” para consolidações.

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