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Raio-x: os avanços da estratégia de lítio do Chile

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Raio-x: os avanços da estratégia de lítio do Chile

O Chile está acelerando sua estratégia nacional de lítio em diversas frentes.

Os ministérios de Ciência, Mineração e Meio Ambiente e a agência estatal de desenvolvimento Corfo assinaram os estatutos para a criação de um instituto tecnológico e de pesquisa sobre o lítio e os salares, enquanto a mineradora estatal Codelco firmou um acordo com a produtora local de lítio SQM.

A estatal Enami busca parceiros, já o Ministério de Mineração se reuniu com as comunidades e está conduzindo um processo para atrair o interesse privado. A Corfo está em busca de produtores especializados que agreguem valor ao lítio da empresa norte-americana Albemarle.

O presidente Gabriel Boric está viajando pela Europa para encontros com entidades privadas a fim de promover o lítio chileno. Também participam da viagem o ministro da Economia, Nicolás Grau, o presidente do conselho de administração da Codelco, Máximo Pacheco, e a diretora da agência de promoção InvestChile, Karla Flores.

O Chile, segundo maior produtor mundial de lítio, atrás da Austrália, quer ter uma indústria sustentável, com o Estado ocupando um papel central, mas também aberta ao apoio financeiro e à experiência tecnológica do mundo privado.

A BNamericas analisa os acontecimentos recentes.

ACORDO ENTRE CODELCO E SQM

A Codelco deterá 50% + 1 das ações da joint venture que formará com a SQM para explorar o Salar do Atacama entre 2025 e 2060. As condições do contrato de arrendamento atual entre a SQM e a Corfo, que expira em 2030, serão respeitadas.

Antes do início da produção, porém, os requisitos legais, regulatórios, técnicos e ambientais devem ser definidos. Além disso, um processo de consulta indígena será concluído no início de 2025, informou Pacheco em um encontro recente com a imprensa internacional, que contou com a participação da BNamericas.

Entre 2025 e 2030, a joint venture produzirá até 300.000 t/ano de carbonato de lítio equivalente (LCE, na sigla em inglês). Entre 2031 e 2060, a produção será de 280.000-300.000 t/ano. O aumento em relação à capacidade de produção atual de 180.000 t/ano da SQM será alcançado graças às “tecnologias e à otimização das operações, sem envolver maior extração de salmoura ou uso de água continental”, explicou Pacheco.

Entre 2025 e 2030, o Estado receberá cerca de 70% dos lucros da produção e, a partir de 2031, 85%, através de pagamentos à Corfo, Codelco e impostos.

Para administrar a governança, a mineradora criou a unidade Salares de Chile, sob a qual operarão a Salar de Maricunga e a Minera Tarar, que ficará responsável pela joint venture com a SQM Salar, controlada pela SQM até 2030 e depois pela Codelco.

O segundo período incluirá os seguintes compromissos:

  • Reduzir a extração de salmoura em 50%, atingindo 822 l/s até 2030;
  • Eliminar o uso de água continental;
  • Reduzir a evaporação de salmouras em lagoas, utilizando usinas de dessalinização, cristalização de sais e condensação de água;
  • Privilegiar as fontes de energias renováveis.

Questionado pela BNamericas se a joint venture consideraria algum mecanismo de precificação para proteger a arrecadação fiscal em ciclos de preços baixos do lítio, Pacheco afirmou que usarão “o preço do mercado [spot]”.

MARICUNGA

A Codelco receberá os ativos da SQM no Salar de Maricunga e, junto com seus ativos e o Salar Blanco, adquirido na compra da australiana Lithium Power, promete uma operação de grande porte.

A Minera Salar Blanco, sob a liderança de Salar de Maricunga, definirá um parceiro até 2025 para iniciar a produção em 2030. Enquanto isso, o Ministério de Mineração realiza consultas indígenas para ampliar o contrato especial de operação de lítio (CEOL) que a Codelco possui no referido aquífero.

Em resposta a uma pergunta da BNamericas sobre a Codelco avaliar a possibilidade de adquirir outras concessões de mineração detidas por terceiros em Maricunga, ou estabelecer algum tipo de participação conjunta, Pacheco respondeu que “o Ministério de Mineração deve primeiro definir se os contratos especiais serão concedidos”.

Outra subsidiária será criada para analisar o desenvolvimento do Salar de Pedernales.

MINISTÉRIO DE MINERAÇÃO E ENTRADA DE EMPRESAS PRIVADAS

Após o período de recebimento de manifestações de interesse na prospecção ou aproveitamento de 26 salares, que terminou no dia 17 de maio, a pasta publicou um documento com as principais respostas enviadas. 

As respostas podem ser vistas (em espanhol) na seção Documentos no canto superior direito da tela.

As propostas podem ser enviadas aqui até 17 de junho.

LÍTIO DA ALBEMARLE 

A Corfo está reunindo ofertas de valor agregado para o lítio produzido pela Albemarle no Salar do Atacama no seguinte link.

Os escolhidos terão acesso a um preço preferencial até 2043, ano em que expira o contrato da empresa norte-americana com o Estado. As autoridades preveem um volume inicial de 9.500 t/ano de LCE, que aumentará anualmente.

ENAMI

A estatal confirmou uma concentração de lítio de 740 mg/l, com um máximo de 984 mg/l, no Salar de Aguilar, que faz parte do projeto Salares Altoandinos.

No dia 7 de junho, foi encerrada uma convocatória na qual entidades privadas manifestaram interesse em formar uma parceria público-privada ou financiar a iniciativa.

A Enami continuará explorando os salares de Aguilar, La Isla e Grande. Além disso, aguarda um CEOL que está tramitando no Ministério de Mineração e um processo de consulta indígena.

A companhia também avalia as tecnologias de extração direta apresentadas por 30 empresas e consórcios de 12 países em uma chamada.

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