Raio-x: os problemas do corredor viário San José-San Ramón na Costa Rica

À medida que avançam os trâmites para o encerramento do fundo fiduciário Ruta Uno – a entidade encarregada inicialmente de construir e administrar o corredor viário San José-San Ramón, na Costa Rica –, o projeto aguarda um processo de reengenharia.

A imprensa local relatou esta semana que o aditivo contratual para permitir a rescisão do fundo fiduciário pode ser assinado nos próximos dias.

Com todas as assinaturas, o fundo provavelmente seria encerrado em dezembro de 2024, de acordo com a agência de notícias Crhoy.com.

O banco estatal BCR seria o responsável por construir e administrar o corredor, cobrando pedágio durante 30 anos através da Ruta Uno e da unidade de execução do projeto.

No entanto, em dezembro, o Ministério de Obras Públicas e Transportes (MOPT) anunciou estar preparando um pagamento ao banco para dar um novo início ao projeto com uma nova estrutura financeira.

Segundo o MOPT, as razões para retirar o BCR das principais partes do projeto foram os atrasos, o elevado custo da unidade de execução e o fato de o banco não ter conseguido obter os recursos necessários.

“Todos os meses pagamos ao banco US$ 193.000. O banco não conseguiu os recursos financeiros para essas obras, e os aportes do governo ultrapassaram US$ 50 milhões. Essa situação não vai funcionar, [...] precisamos seguir com um projeto de rodovia que permita o avanço da construção”, disse o ministro do MOPT, Luis Amador, ao veículo local Semanario Universitario.

Após o encerramento do fideicomisso, o projeto será supervisionado pelo MOPT com financiamento do Banco Centro-Americano de Integração Econômica (BCIE), que chegará a US$ 550 milhões.

O BCIE também supervisionará o processo de reengenharia. Em março deste ano, o banco de desenvolvimento anunciou que estava procurando uma consultoria para realizar estudos que permitissem modificações no projeto, fornecendo até US$ 1 milhão.

Esta semana, segundo o jornal Carreteras Pan-Americanas, o representante do banco na Costa Rica, Álvaro Alfaro, disse que o BCIE havia recebido quatro ofertas de empresas interessadas em conduzir estudos de pré-construção e reengenharia. Esses procedimentos, contou ele, seriam baseados no trabalho feito pela consultoria contratada pelo fideicomisso anos atrás: a espanhola IDOM. As obras de construção baseadas na reengenharia podem começar em 2024 ou 2025.

O projeto

O BCIE fornecerá entre US$ 500 milhões e US$ 550 milhões para o projeto, que inclui a ampliação e modernização das rodovias General Cañas e Bernardo Soto – conhecidas como corredor rodoviário San José-San Ramón.

O veículo Carreteras Pan-Americanas informou em outubro que o capex do projeto era de US$ 650 milhões.

As obras previstas envolvem:

Trecho 1 Sabana-Circunvalación (1,6 km): ampliação para três vias em cada sentido.

Trecho 2 Circunvalación-Aeropuerto (12,6 km): ampliação para quatro vias em cada sentido.

Trecho 3 Aeropuerto-San Antonio del Tejar (5,2 km): ampliação para três vias em cada sentido.

Trecho 4 San Antonio del Tejar-San Ramón (34,8 km): obras de melhoria.

As melhorias incluem a construção de cruzamentos, pontos de ônibus e pontes.

Imagem: Corredor viário San José-San Ramón (Fonte: Ruta Uno)