ServiceNow prevê aumento na demanda por projetos na América Latina no 2º semestre

A empresa de gestão de serviços de TI ServiceNow viu uma aceleração na demanda por novos projetos de gestão ambiental na América Latina neste semestre.

O motivo pode estar associado à pressa dos gestores em gastar as verbas orçamentárias do ano e à implementação de novos projetos de tecnologia.

“Estamos vendo um movimento bem mais acelerado, em comparação com o ano passado, principalmente no segundo semestre. Tivemos um primeiro semestre bom, mas o segundo vai ser excelente”, destacou à BNamericas Katia Ortiz, vice-presidente da ServiceNow para a região sul da América Latina.

“Por uma priorização de orçamento, muita coisa acaba ficando para a parte final do ano. É uma corrida. O quarto trimestre muitas vezes representa 50-60% de todos os negócios do ano”, acrescentou.

Na América Latina, os contratos foram liderados principalmente por grandes empresas e por projetos centrados em inteligência artificial (IA) e IA generativa. Essas empresas representam 22% do total de clientes da ServiceNow na região, embora respondam pela maior parte das receitas.

Os principais clientes da norte-americana na região incluem governos e grandes empresas como Petrobras, Banco do Brasil e Cemex. O setor público representa a maioria das vendas no mundo todo, inclusive na América Latina.

A ServiceNow está participando, através de parceiros integradores, de licitações com governos federais, estaduais e municipais da região. A lista de grandes clientes inclui Banorte e Grupo Bimbo, bem como empresas de telecomunicações, empresas agrícolas e grandes empresas financeiras.

No setor privado, a ServiceNow acaba de fechar um contrato com uma grande companhia farmacêutica brasileira para um projeto de IA generativa focado em analisar e resumir bulas de medicamentos no departamento de atendimento ao cliente da empresa.

A entrega do projeto foi concluída em uma a duas semanas, após uma prova de conceito bem-sucedida, relatou Ortiz.

Na Argentina, a ServiceNow fechou três novos contratos neste ano, todos no setor financeiro. A executiva disse estar otimista com as oportunidades no país, enquanto o Chile também se destacou.

“Temos muitos, muitos projetos inovadores acontecendo com empresas na América Latina”, pontuou Ortiz.

De modo geral, a executiva ainda vê muitas oportunidades para projetos de transformação de negócios entre empresas de médio e, em especial, pequeno porte, muitas das quais ainda têm sistemas legados e analógicos em vigor. O cenário continua fértil para a transformação digital na América Latina.

IA

No segmento de IA, apesar de todo o hype relacionado à tecnologia generativa, o formato ainda não está trazendo resultados comerciais efetivos para as empresas, admitiu Ortiz.

Entre as empresas maiores e mais avançadas no uso de tecnologia, ela prevê que isso pode acontecer em um período de três a seis meses. Entre as outras, no entanto, há muita experimentação, teste e avaliação de casos de uso, e esse processo tende a ser bem mais longo.

Apesar disso, a IA generativa está conduzindo a maior parte dos projetos e interações com os clientes. Para acelerar o processo, a ServiceNow fechou um acordo global com a Nvidia para o treinamento de banco de dados em grandes modelos de linguagem (LLMs). Esse processo de desenvolvimento está todo concentrado nos Estados Unidos, contou a executiva.

A ServiceNow também tem parcerias focadas em IA com a Microsoft e a IBM. Entre as outras parcerias tecnológicas anunciadas estão aquelas firmadas com a Genesys, Fujitsu, Equinix e Infosys.

A empresa também lançou uma nova versão de sua plataforma baseada em IA generativa para gerenciamento de TI no mercado corporativo, chamada Xanadu, com 300 novos recursos.

Ainda não há nenhuma venda do novo pacote fechada na América Latina, mas, segundo Ortiz, as perspectivas para adesões nos próximos meses são boas.

A ServiceNow, sediada na Califórnia, registrou receitas de assinatura de US$ 2,54 bilhões no segundo trimestre, um aumento de 23% no comparativo anual. As receitas totais foram de US$ 2,63 bilhões, alta de 22%. A empresa tem mais de 8.100 clientes no mundo.