Solaris investirá US$ 3,5 bi no projeto equatoriano de cobre Warintza

A empresa canadense Solaris Resources planeja investir US$ 3,5 bilhões na construção e operação de seu projeto de cobre Warintza de classe mundial, no Equador.

O novo valor é substancialmente superior à estimativa inicial de US$ 42 milhões.

“Este já não é apenas um projeto de exploração, mas sim um projeto de extração”, disse Ricardo Obando, diretor da Lowell, uma subsidiária local da Solaris, durante o evento Power & Renewable Energies, realizado em Quito.

Warintza está localizada na província amazônica de Morona Santiago, no sudeste do Equador, e abriga 1,5 bilhão de toneladas de recursos indicados e inferidos. O depósito de cobre também contém molibdênio e ouro.

Obando afirmou que a empresa está em negociação com o Ministério da Produção e Investimentos para atualizar o contrato de 2022, devido ao novo montante de capital previsto.

A empresa canadense e o Estado equatoriano firmaram em 2022 um contrato que abrange a estabilidade das regulamentações, a segurança do título e do investimento, segurança jurídica e incentivos como uma redução de 5% no imposto, entre outros temas.

A assinatura do adendo, prevista para os próximos meses, permitirá o avanço do projeto, que está em fase de exploração avançada.

Nos últimos seis anos, os investimentos no projeto totalizam US$ 150 milhões. Entre 2024 e 2025, serão destinados US$105 milhões, provenientes de vários investidores, “o que garantirá a exploração pelos próximos dois ou três anos”, segundo o executivo.

“Não é apenas a empresa que está atraindo a atenção de grandes desenvolvedores de minas e grandes empresas industriais ao redor do mundo, o país também está em destaque”, enfatizou Obando.

Até o momento, 119 mil metros foram perfurados e mais 40 mil metros estão planejados para este ano.

Obando acrescentou que a construção da mina pode requerer uma equipe de 5 mil trabalhadores, e durante a operação, cerca de 2 mil.

Apesar da oposição à atividade de mineração que existe no Equador, Warintza é reconhecida por estabelecer um bom exemplo de relacionamento com a comunidade. Obando pontuou que a Solaris adota uma cultura corporativa que envolve estreita colaboração com as comunidades indígenas locais, que deram seu consentimento para o desenvolvimento do projeto.

EXPECTATIVAS

Até 2030, espera-se que pelo menos quatro projetos tenham iniciado a produção no Equador: Curipamba, La Plata, Cascabel e Loma Larga. Isso daria um novo impulso à atividade no país sul-americano, já que existem apenas duas minas em escala industrial em produção: a mina de cobre Mirador e de ouro Fruta del Norte.

A produção destas operações e a contribuição da mineração em pequena escala elevaram as exportações de mineração para mais de US$ 3,2 bilhões no ano passado.

O Equador tem um enorme potencial, especialmente nas províncias de Morona Santiago, Zamora Chinchipe e Imbabura, e apresenta uma oportunidade de industrialização em plena transição energética. O desafio é determinar como o país será inserido no mapa mundial, destacou Obando.