TelCables Brasil avança com segundo datacenter e prepara novos PoPs

A TelCables Brasil, subsidiária da multinacional Angola Cables, segue dentro do cronograma com seu segundo datacenter local, enquanto se prepara para abrir novos pontos de presença (PoPs) em datacenters de terceiros, disse à BNamericas Guilherme Vieira, head de vendas da empresa para a América Latina.  

Atualmente, o grupo opera 11 PoPs no Brasil de um total de 33 no mundo, instalados em datacenters da Elea Data Centers, Equinix, Ascenty e Vivo, entre outros.

Os PoPs mais recentes foram ativados na região Centro-Oeste do país, nas cidades de Cuiabá, com estruturas nos datacenters da Brasil TecPar e Vivo, além de Goiânia (datacenter Aquarius Center) e Brasília (Elea).

A TelCables já possui 17 clientes nesses PoPs da região Centro-Oeste, após pouco mais de um ano de operação.

No Rio de Janeiro, a TelCables tem um PoP no datacenter RJ2 da Equinix; em São Paulo, possui PoPs nos datacenters SP2, SP3 e SP4 da Equinix, além de um na unidade SP2 da Ascenty.

Além de seu próprio datacenter AngoNap em Fortaleza, lançado em 2019, a TelCables também possui PoPs nos datacenters da V.tal e da Ascenty na cidade.

ANGONAP 2

A ativação do site Angonap 2 em Fortaleza está prevista para ocorrer em 2026.

O projeto foi anunciado em janeiro deste ano, com investimento estimado de R$ 400 milhões (US$ 72 milhões).

O início das obras no novo site, que ficará ao lado do datacenter existente da empresa e ocupará aproximadamente 960 m², estava previsto para o segundo semestre deste ano, mas ainda não começaram, de acordo com Vieira. 

O grupo está considerando reformular e possivelmente expandir o projeto original, sugeriu Vieira, acrescentando que certos detalhes ainda não foram anunciados.

“Estamos com algumas discussões referentes ao tamanho e ao modelo de negócios do projeto. Datacenters são a bola da vez. Mas isso ainda está sendo deliberado no board”, disse.

DINÂMICA DE MERCADO

e uma perspectiva mais ampla, a previsão para o setor de dados e conectividade no país está melhorando, de acordo com o executivo.

A pandemia e a consolidação dos provedores de serviços de internet (ISPs) criaram fortes ventos favoráveis para o setor, embora a crise na Oi, a terceira maior operadora de banda larga fixa do país, tenha sido um obstáculo.

O raciocínio por trás do efeito de consolidação é que, com mais capital e empresas mais fortes após as fusões, houve um foco no crescimento, impulsionando a demanda no ecossistema de rede e dados em geral.

No entanto, após uma atividade significativa de consolidação entre 2019 e 2022, essa tendência desacelerou nos últimos anos.

“Sentimos uma redução no volume de compras de provedores pelos maiores consolidadores do mercado. Os grandes fundos começaram a comprar menos”, observou.

Simultaneamente, a expansão da banda larga de fibra perdeu força, resultando em desaceleração, maior rotatividade entre provedores e reduções de preços – fatores que impactaram negativamente o negócio de atacado. 

Para mitigar esses desafios, Vieira explicou que a Angola Cables/TelCables diversificou seu portfólio para reduzir a dependência de conectividade e telecomunicações puras.

“Nossos clientes principais, são provedores atacadistas que vendem para outros provedores. Eles começaram a renegociar preço. Vendemos bastante, o mercado continuou crescendo, mas a erosão de preço foi bastante grande nos últimos anos. Em 2024 experimentamos isso ainda.”

Olhando para o futuro, há otimismo quanto à estabilização e melhoria até 2025, com uma recuperação nas grandes fusões e aquisições entre os principais ISPs, impulsionadas por fundos de investimento.