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Telcos e fornecedores da América Latina se preparam para a próxima fase do 5G

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Telcos e fornecedores da América Latina se preparam para a próxima fase do 5G

As operadoras móveis e os fornecedores de equipamentos de telecomunicações da América Latina estão começando a realizar os primeiros testes e aplicações com o formato da tecnologia 5.5G, oficialmente padronizado como 5G Advanced e considerado uma versão mais poderosa das redes 5G.

O formato promete taxas de transmissão que excedem as do 5G, além de latências ainda mais baixas e novas capacidades de eficiência de sinal, como uma preparação para o 6G no futuro. A expectativa é que seja uma alavanca para aplicações corporativas de 5G aprimoradas em shoppings, estádios e indústrias conectadas.

A brasileira TIM anunciou esta semana que alcançou uma velocidade de transferência de dados de 11,6 Gbps em um teste de laboratório do 5.5G realizado no Rio de Janeiro, definindo um novo recorde de velocidade para as Américas. Essa velocidade de transferência é cerca de 10 vezes maior que a do 5G tradicional.

“Estamos muito satisfeitos com os resultados alcançados, que reforçam o espírito de pioneirismo da TIM. A operadora foi a primeira no Brasil a ativar o 5G stand-alone (SA), a primeira a alcançar a maior velocidade com o 5G (5,4 Gbps em 2022)  e agora fomos os primeiros a chegar com 5G Advanced, também conhecido como 5.5G”, afirmou CTO da TIM, Marco di Costanzo, em um comunicado.

Embora a TIM não tenha divulgado o nome do fornecedor usado para o teste, o equipamento foi fornecido pela Huawei.

A empresa chinesa tem sido uma das maiores defensoras do formato. No ano passado, a companhia anunciou que estava trabalhando em testes de 5.5G em cerca de 20 cidades ao redor do mundo.

“As TIC de nova geração, como 5G e 5.5G, são o primeiro passo no processo atual para alcançar a transformação digital e atualizar as indústrias. A atual transformação digital na região latino-americana está se acelerando e se encontra em um período crítico de implantação das redes 5G”, disse o presidente da Huawei LatAm, Daniel Zhou, em Barcelona esta semana.

Não se espera que haja grandes investimentos em equipamentos por parte das operadoras, já que a ativação da tecnologia se daria majoritariamente por meio de atualizações de software, segundo a Huawei.

Na América Latina, a projeção é que as redes 5.5G comerciais só se tornem realidade a partir de meados de 2027. Novos leilões de espectro, com mais porções de bandas alocadas para serviços móveis, ajudarão a alavancar o modelo.

FORMATO

O 5.5G, ou 5G Advanced conforme padronizado pelo 3GPP, não requer, necessariamente, bandas específicas.

As bandas ultra-altas (como 24 GHz, 26 GHz e 28 GHz), já destinadas ao 5G, são consideradas mais adequadas para o formato por suas taxas de transmissão elevadas.

No caso da TIM, a operadora utilizou um mix de bandas de 2,6 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz para seus testes.

Segundo a TIM, o 5.5G suporta serviços avançados para o consumidor final, como realidade virtual (VR), realidade aumentada (AR) e realidade estendida (XR), bem como aplicações IoT em todos os cenários.

Outros fornecedores também estão tentando impulsionar a tecnologia.

“O 5G-Advanced é o próximo passo na evolução da tecnologia 5G”, disse a Nokia em um artigo sobre o 5G Advanced.

“Ele trará um novo nível de recursos aprimorados, além da conectividade, e permitirá um conjunto mais amplo de casos de uso avançados para os setores. Suportará aplicações avançadas com maior mobilidade e alta confiabilidade, bem como inteligência artificial (IA) e machine learning (ML), que melhorarão o desempenho da rede. Também introduzirá novas melhorias na eficiência do espectro e na economia de energia”, acrescentou o fornecedor finlandês.

Para a Ericsson, o 5G Advanced também fornece suporte aprimorado para novos serviços empresariais e para os consumidores, que permitem que os provedores de serviços de comunicação “diferenciem suas redes”.

“Isso inclui jogos em nuvem, realidade imersiva, posicionamento interno e redes de sensores industriais”, escreveu a empresa sueca em seu site.

O primeiro padrão 5G chegou no início de 2019, com o documento Release 15 do órgão de padronização 3GPP.

Desde então, cada novo lançamento do 3GPP adicionou novos recursos às redes 5G, apontou a Ericsson. As melhorias introduzidas como parte da versão 18, a mais recente, marcam o início do 5G Advanced.

“O design de rede sustentável e a introdução de novos recursos de IA também são pilares do sistema 5G Advanced”, segundo a empresa.

VERSÃO COMERCIAL

A TIM ainda não acredita que a tecnologia será oferecida em formato comercial no curto prazo.

Os obstáculos para que ela ganhe escala incluem novas arquiteturas de software de rede e a disponibilidade de dispositivos possam ser compatíveis com as características do padrão.

No entanto, a operadora acredita que o 5,5G trará a possibilidade de novos recursos e serviços, e abrirá novos espaços e “oportunidades de negócio”.

Por enquanto, porém, e apesar dos diferentes anúncios feitos, as empresas de telecomunicações ainda estão enfrentando dificuldades na monetização do 5G tradicional, até mesmo na área corporativa.

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