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Três mineradoras planejam iniciar produção de lítio no Chile até 2030

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Três mineradoras planejam iniciar produção de lítio no Chile até 2030

As empresas CleanTech Lithium, Wealth Minerals e Simbalik pretendem iniciar a produção de lítio no Chile nos próximos seis anos, usando tecnologias de extração direta de lítio (EDL) para obter processos mais ágeis e sustentáveis em comparação com as lagoas de evaporação.

Em um evento organizado pelo centro de estudos de mineração Cesco, em Santiago, representantes da empresa afirmaram que a EDL ajuda a otimizar a recuperação de salmoura e a reduzir o tempo de produção para dias ou horas, em comparação com os 12 a 18 meses exigidos por outros métodos. Ao contrário dos métodos convencionais de evaporação, a extração direta também reduz a perda de água e limita o esgotamento dos aquíferos.

O uso de tecnologias de EDL é um requisito da estratégia nacional de lítio do Chile.

CLEANTECH LITHIUM

A empresa anglo-australiana detém os projetos Llamara, Arenas Blancas, Laguna Verde e Viento Andino (antigo projeto Laguna Negro Francisco), sendo os dois últimos os mais avançados.

A tecnologia de extração direta prevista para ser usada em Laguna Verde e Viento Andino, na região do Atacama, é testada há mais de 20 anos pela Livent na Argentina (projeto Fénix).

Atualmente, a CleanTech realiza testes em sua planta-piloto, localizada na cidade de Copiapó, com capacidade para produzir 1 tonelada por mês de fluido concentrado. O material será enviado para uma refinaria nos Estados Unidos, que o converterá em carbonato de lítio equivalente (CLE). Depois disso, será despachado a potenciais compradores, como parte de um período experimental, explicou Steve Kesler, CEO da empresa, no evento. 

Laguna Verde

Com um investimento de US$ 383 milhões, o projeto deverá produzir 20.000 t/ano de CLE ao longo de 30 anos. Os recursos estimados somam 1,8 milhão de toneladas (Mt) de CLE em uma área de 217 km², com teor médio de lítio de 200 mg/l.

O estudo de pré-viabilidade, que conta com a participação da empresa de engenharia e construção Worley e da empresa de tecnologia Lanshen, será apresentado no final do ano, disse Kesler.

O estudo de impacto ambiental será enviado à agência ambiental SEA no início de 2025, já que a previsão é que a construção comece em 2026 e a produção em 2027, acrescentou.

Viento Andino

O projeto deverá produzir 20.000 t/ano de CLE ao longo de 12 anos e envolve um investimento de US$ 450 milhões. A área de 127 km² da lagoa salina Negro Francisco, a 100 km de Laguna Verde, tem teor médio de lítio de 207 mg/l.

WEALTH MINERALS

A empresa canadense é proprietária dos projetos Kuska e Yapuckuta, na região de Antofagasta.

Kuska

O investimento planejado é de US$ 749 milhões e a capacidade de produção é de 20.000 t/ano de CLE por 20 anos. A antiga proprietária, Lithium Chile, realizou perfurações no salar de Ollagüe, de 10.500 hectares, onde foram encontradas concentrações de lítio de até 480 mg/l e amostras de superfície de até 1.140 mg/l, segundo Francisco Lepeley, CEO da Wealth Minerals.

O valor presente líquido após a dedução de impostos (de 10%), é de US$ 1,15 bilhão, com uma taxa interna de retorno de 28%, segundo o estudo econômico preliminar elaborado pela empresa de engenharia DRA Global e a consultora de recursos naturais Montgomery & Associates, entre outras.

A Wealth Minerals tem uma parceria com a Thyssenkrupp Mining Technologies, a FLSmidth e a DRA para desenvolver tecnologias de extração direta de lítio e avançar no projeto Kuska.

As tecnologias de EDL de quatro fornecedores estão sendo testadas, com o objetivo de iniciar a produção de cerca de 5.000 t/ano de CLE em 2027 e, em seguida, aumentar a capacidade total até o final de 2029, de acordo com Lepeley.

Yapuckuta

A área de 46.200 hectares localizada ao norte da bacia do Salar do Atacama, o melhor depósito salino do mundo em termos de qualidade da salmoura de lítio, tem um teor médio de 1.840 mg/l.

SIMBALIK

O fundo de investimento sediado em Singapura com investidores de Taiwan lidera o projeto Salar de Maricunga de US$ 546 milhões na região do Atacama.

A iniciativa tem um potencial de produção de 20.000 t/ano de CLE, embora seu produto final seja hidróxido de lítio com teor de 99,5%. Conta com licenças de mineração e uma licença da comissão chilena de energia nuclear, que permitem produzir e vender até 54.300 t/ano de lítio por 15 anos, comentou José Joaquín Matte, diretor comercial da Simco, joint venture entre a Simbalik e o Grupo Errázuriz.

O projeto utilizará uma tecnologia EDL cujos testes comprovaram uma recuperação entre 95% e 98% de lítio em salmouras com ciclo operacional de 8 horas.

O resultado oferece um hidróxido de lítio para baterias que atende às especificações da Panasonic, garantiu Matte, acrescentando que a primeira tonelada de lítio comercial é esperada para 2027.

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