Trina Solar prevê 9 GW em pedidos de rastreadores solares no Brasil

A fabricante de rastreadores solares Trina Solar espera que a demanda por equipamentos totalize 9 GW de capacidade instalada este ano no Brasil, disse à BNamericas o head da companhia para a América Latina, Marcus Fabrino.

O volume previsto está em linha com o registrado no ano passado. Fabrino estima que entre 60-70% da demanda virá de projetos de geração centralizada (GC), e o restante, de geração distribuída (GD).

Os rastreadores são fabricados na planta da empresa na Bahia, inaugurada em 2023, com capacidade para produzir 2,5 GW de equipamentos por ano.

O objetivo da abertura da fábrica era atender a projetos que utilizam financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“Eu diria que mais de 80% do mercado utiliza essa linha [de crédito]”, assinalou Fabrino.

“Como o Brasil é um país estratégico na América Latina, seria fundamental investir na fábrica para disputar e participar dos projetos.”

Apesar de a GC representar o maior volume de pedidos, a demanda de GD está bastante aquecida, na medida em que houve uma corrida para conectar novos projetos com isenção de taxas de uso da rede de energia, lembrou Fabrino.

Enquanto isso, muitos projetos de GC acabaram sendo adiados devido ao baixo preço da energia, refletindo as condições hidrológicas favoráveis do país – cenário que começa a mudar após um verão com chuvas abaixo da média.

Além da fabricação, a planta da Bahia tem capacidade para armazenar até 100 MW de rastreadores para pronta-entrega, além de componentes e peças para suporte no pós-venda.

Segundo Fabrino, eventuais contratos de exportação para outros mercados latino-americanos não estão descartados.

“Mas isso vai depender da conjuntura macroeconômica, considerando-se, por exemplo, o preço do frete internacional e do câmbio. Por enquanto, do que já avaliamos, vimos que valia a pena usar nossa cadeia na China”, disse o executivo.

Além da fábrica no Brasil, a Trina tem um centro de distribuição no Chile e estuda a instalação de outro centro de distribuição na região, possivelmente na Argentina ou na Colômbia.

A empresa ocupa a terceira posição no mercado latino-americano de rastreadores, com 10% de participação.

“No ano passado, éramos o quinto colocado. Nossos investimentos têm contribuído para ampliarmos nossa participação no mercado, e vamos seguir investindo na região para continuar crescendo”, afirmou Fabrino.