Unidade peruana do Grupo Energía de Bogotá identifica sinergias em projetos de gás

A distribuidora peruana de gás natural Contugas está em negociações com a Transportadora de Gas del Perú (TGP) para o desenvolvimento conjunto de um gasoduto costeiro. 

A afirmação foi feita por Richard Castillo Zúñiga, CEO da Contugas, controlada pelo Grupo Energía de Bogotá, durante um fórum de energia local. Segundo ele, os detalhes ainda estão sendo definidos e novas informações podem ser divulgadas até o final do próximo mês. 

A Contugas fornece gás na região de Ica e prevê um gasoduto de 550 km que se estenderá de Marcona ao sul do Peru, com um custo estimado de US$ 1,2 bilhão e um prazo de dois anos para conclusão. 

A TGP, que transporta gás de Camisea para a costa, propôs um gasoduto de 923 km, saindo de Humay, ao norte de Marcona, ao sul, com um custo de US$ 2 bilhões e prazo também de dois anos. 

Ambos os projetos seriam ancorados por uma planta petroquímica e atenderiam usinas de reserva de energia, operações mineradoras e clientes industriais, residenciais e de veículos.

Contugas e TGP apresentaram esses projetos como uma alternativa ao sistema de transporte Sitgas, que percorreria 1.000 km ao sul, atravessando os Andes a partir de Cusco, com custo superior a US$ 5 bilhões e um prazo de seis a oito anos para conclusão. 

Castillo destacou que a Contugas atualmente distribui entre 20-25 MMf³/d (milhões de metros cúbicos por dia) enquanto a capacidade de fornecimento é de 300 MMf³/d, e que a entrega para a planta petroquímica seria de 80 a 100 MMf³/d.

Quadro regulatório

O executivo também mencionou a necessidade de um regulamento relacionado à recuperação de investimentos, especialmente sobre a questão de o Estado reconhecer um valor residual ao final das concessões para distribuidores de gás regionais.

"O que o Estado estaria interpretando é que as concessões não têm valor residual. O que isso implica é que no primeiro ano, caso a concessionário invista, ela poderá recuperar esse investimento, mas se a concessionário investir no 10º ou 15º ano, ela não terá tempo de depreciar os ativos e recuperar o investimento", explicou.

Castillo ressaltou que as concessionários devem apresentar planos de investimento de cinco anos.

Outro ponto levantado por Castillo foi a questão do preço, e o potencial de que clientes âncoras e de grande porte possam procurar fornecedores que comprem gás a preços mais baixos, destinados à exportação, em vez de comprar gás de uma concessionária.

Ele mencionou que estão trabalhando com o Estado nessas duas frentes.