A corrida presidencial está apertando

Pesquisas mostram que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da  Silva está perdendo a vantagem sobre Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições marcadas para 30 de outubro.

No primeiro turno, Lula obteve 48,4% dos votos e Bolsonaro 43,2%, com o primeiro agora com 49% e o segundo com 45%. A margem de erro é de dois pontos percentuais, sugerindo empate, segundo dados da empresa de pesquisa Datafolha publicados nesta quarta-feira (19).

Na pesquisa anterior, Lula teve 49% e Bolsonaro 44%.

“A redução da vantagem de Lula está acontecendo porque Bolsonaro está conseguindo criar um momento positivo para sua candidatura. Os fatores que explicam isso são os números recentes de melhora da economia, principalmente a redução da inflação e os anúncios de aumento dos programas sociais. As chances de Bolsonaro estão aumentando, e isso está se tornando cada vez mais uma corrida muito acirrada”, disse Mario Sergio Lima, analista político sênior da Medley Global Advisors, à BNamericas.

No primeiro turno, Lula teve 6 milhões de votos a mais que Bolsonaro.

“O que será decisivo para o resultado eleitoral no segundo turno será o número de abstenções e isso representa um risco para Lula. Historicamente, o número de abstenções é maior no segundo turno, principalmente entre os eleitores de classes sociais mais baixas, e isso tende a tirar alguns votos de Lula. Diante disso, as chances de Bolsonaro reverter o cenário estão crescendo, embora eu ainda veja Lula como favorito”, disse Lima.

Bolsonaro obteve apoio de governadores de estados-chave. Romeu Zema e Cláudio Castro, ambos reeleitos em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, e Rodrigo Garcia de São Paulo o endossaram.

Para atrair eleitores de baixa renda, Bolsonaro prometeu tornar permanente o programa social Auxílio Brasil, implementado para ajudar nas dificuldades da pandemia.

Enquanto isso, Simone Tebet, do partido de centro MDB, e Ciro Gomes, do PDT, de centro-esquerda, que obteve 4,2% e 3% no primeiro turno, apoiam Lula, que quer atrair eleitores de centro prometendo um governo moderado.