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A indústria do conhecimento da Argentina não segue a tendência de crescimento global

Bnamericas

O mundo da economia do conhecimento cresceu 48% nos últimos 10 anos, mas na Argentina cresceu apenas 5%, segundo o último relatório da entidade setorial Argencon.

Embora os benefícios do acesso à moeda estrangeira e a tentativa do governo de impulsionar o setor sejam vistos com bons olhos, representantes do setor apontam que eles ainda são paliativos em um contexto de incerteza econômica, inflação e fuga de cérebros.

“As curvas de crescimento ocorrem quando o dólar está atrasado”, explicou o diretor executivo da Argencon, Luis Galeazzi, em conferência. Isso significa que, em termos de unidades, eles são mantidos, mas os serviços prestados no país ficam mais caros.

As exportações cresceram 23,5% em junho em relação ao mesmo mês de 2022 para US$ 7,26 bilhões, enquanto os embarques no segundo trimestre bateram recorde, justificado pela recuperação da demanda e pelo atraso cambial, que, em condições normais, aumentam os custos de serviços de conhecimento local, segundo o relatório.

Os serviços profissionais cresceram 26,5% e mantêm o maior percentual de participação do setor, com 58,2%. Os serviços de informática são os segundos mais importantes, com US$ 2,38 bilhões em exportações e um aumento de 20,7%.

Segundo o relatório, o aumento do valor das exportações no primeiro semestre do ano justifica-se pelo aumento dos preços, que compensa a diminuição do volume de serviços. “Pode-se inferir que o volume de atividade formal manteve a tendência de queda de 2021 e continuou declinando em favor do crescimento do emprego informal exportado”, acrescenta o relatório.

No entanto, os primeiros seis meses de 2022 mostraram pouca mudança em relação ao primeiro semestre de 2021.

O relatório ainda não dá conta dos números do terceiro trimestre, impactados pelo agravamento da incerteza econômica devido às mudanças no Ministério da Economia, à alta do dólar e à maior pressão sobre as baixas reservas do Banco Central.

Essa situação empurra a fuga do emprego formal da economia para o informal, aumentando a massa de trabalhadores que operam sob contratos individuais para empresas estrangeiras e que evitam a entrada de moeda estrangeira no sistema cambial local.

Este problema é particularmente importante no setor de tecnologia, onde a demanda por recursos humanos disparou, elevando os salários e criando lacunas entre oferta e demanda.

A Argencon estima que o mercado informal gira em torno de US$ 1,8 bilhão por ano.

Uma medida recente do governo para melhorar o acesso a divisas para empresas da indústria do conhecimento é elogiada tanto pela câmara de empresas de software Cessi quanto pela Argencon. A medida implica a disponibilização de 30% de divisas em dólares devido ao aumento das exportações.

No entanto, em resposta a uma consulta da BNamericas, Galeazzi disse que a medida é “um paliativo” que vai possibilitar o pagamento de bônus, salários e retenção de talentos, mas que não resolve o problema real – a diferença cambial entre o dólar oficial e o paralelo.

A Argencon estima que a rotatividade de pessoal em todas as indústrias do conhecimento permanece em níveis muito altos, chegando a 30% ao ano.

Conforme os últimos dados de emprego disponíveis, correspondentes ao quarto trimestre de 2021, o item com maior crescimento foi o de serviços audiovisuais, com 39% em termos interanuais, seguido de serviços de TI, com 12,6%. Os serviços profissionais aumentaram 4,6%.

CONTEXTO GLOBAL

As exportações globais de serviços baseados em conhecimento ultrapassaram a barreira de US$ 3 bilhões pela primeira vez no final de 2021, 14,7% a mais que o valor no mesmo período de 2020, segundo o relatório da Argencon.

“Os dados mais recentes da OMC mostram que o efeito pós-pandemia aumentou o comércio global [na economia do conhecimento] para níveis recordes, com vários países relatando taxas de crescimento anual de mais de 20%: Alemanha, China, Israel, Coreia [do Sul], República Checa e, na nossa região, Colômbia e Uruguai”, refere o relatório.

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