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‘A modernização da rede permitirá a entrada em massa de novos recursos de energia distribuída’

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‘A modernização da rede permitirá a entrada em massa de novos recursos de energia distribuída’

O debate e a cobertura em torno da transição energética na América Latina centraram-se principalmente nas energias renováveis e na transmissão, mas a distribuição é também uma parte crítica – embora, por vezes, esquecida – do quebra-cabeça.

No Chile, onde a distribuição foi recentemente colocada sob os holofotes, o investimento em infraestruturas e tecnologia para apoiar o crescimento da geração distribuída e da eletrificação da economia é considerado fundamental para alcançar uma meta de emissões net zero até 2050 e criar um sistema mais resiliente e eficiente.

Gastar hoje traria benefícios de médio e longo prazos para os consumidores, enquanto não investir criaria consequências futuras e essa é a mensagem que os políticos e o setor privado devem comunicar, foi dito em uma conferência organizada pela associação regional de distribuidores ADELAT e pelo instituto chileno de sistemas de engenharia complexa ISCI.

LEIA A HISTÓRIA: Especialistas pedem investimento na distribuição de transição energética no Chile, apesar de obstáculos políticos

Neste contexto, os consumidores – que arcariam com os custos – devem estar no centro, e devem ser implementados esquemas tarifários cuidadosamente concebidos, ouviram os delegados.

O Ministério da Energia do Chile tem um grupo de trabalho no setor residencial para explorar a área e está planejando realizar estudos associados que poderão levar a propostas políticas. Paralelamente, as autoridades reguladoras estão fazendo ajustes nos quadros existentes.

O consumo de eletricidade de uma típica família chilena poderá quadruplicar nas próximas décadas, impulsionado por sistemas de aquecimento e refrigeração domésticos e veículos elétricos, enquanto a capacidade instalada de geração distribuída deverá mais do que duplicar até 2026.

Para saber mais, a BNamericas conversou com o diretor-executivo da ADELAT, Ignacio Santelices. A BNamericas também publicará, nos próximos dias, uma entrevista com Rodrigo Moreno, acadêmico da Universidade do Chile e pesquisador do ISCI.

A ADELAT – cujos 17 membros representam mais de 70 milhões de residências e empresas na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e Peru – foi criada em 2021 para promover o debate público sobre a modernização da distribuição e para compartilhar as melhores práticas. A associação publicou um documento regulatório setorial fundamental.

BNamericas: Por que a ADELAT produziu o documento regulatório/qual é o propósito final?

Santelices: Na América Latina, a transição energética tem estado muito focada na entrada de energias renováveis, mas a mesma ênfase não tem sido colocada em tudo o que tem a ver com a eletrificação do consumo ou a eficiência energética, elementos-chave e tão importantes como a energia para se alcançar a descarbonização da economia. Neste sentido, o papel da ADELAT e do documento é gerar diálogo a nível regional e local sobre a importância e urgência da modernização da distribuição eléctrica para avançar na eletrificação do consumo de energia.

BNamericas: Em relação ao investimento em redes de distribuição nos próximos anos, que tipo de oportunidades estão previstas no Chile para novos players, empresas de tecnologia, infraestrutura etc.?

Santelices: A modernização da rede permitirá a entrada em massa de novos recursos energéticos distribuídos, como geração solar, eletromobilidade, armazenamento, entre outros. Além disso, permitirá a agregação da demanda e o acoplamento das curvas de oferta e demanda de energia. Tudo isso abrirá possibilidades para o desenvolvimento de novos modelos de negócio e a entrada de novos intervenientes no mercado de eletricidade, bem como oportunidades para os próprios consumidores se tornarem gestores da sua própria eletricidade.

BNamericas: Já que a demanda vai pagar pelos investimentos, quão importante é ter o modelo de taxas certo e bem estruturado etc.?

Santelices: É absolutamente fundamental. Estamos vendo a experiência dos países desenvolvidos e o montante de investimentos em distribuição é algo absolutamente inédito. Para avançarmos neste sentido é importante, por um lado, promover todos os grandes benefícios sociais, econômicos e ambientais que isso trará, mas temos também de criar as condições para que esses investimentos sejam feitos em tempo oportuno e de modo eficiente, que depende do desenvolvimento de regulamentações modernas e bem acordadas que gerem estabilidade a longo prazo para este setor.

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