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América Latina começa a traçar agenda própria nas relações com a China

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América Latina começa a traçar agenda própria nas relações com a China

As relações entre a América Latina e a China estão entrando em uma nova fase em que a região começa a enfatizar seus próprios objetivos nas negociações sobre financiamento de Pequim em áreas-chave como infraestrutura, energia e mineração, mas sem sacrificar os laços com os EUA, argumentam especialistas.

“Uma estrutura que se encaixa melhor nas evidências que estamos acompanhando é uma diversificação dessas relações para incorporar a China, além de manter as relações tradicionais”, disse Rebecca Ray, pesquisadora acadêmica sênior do Centro de Política de Desenvolvimento Global da Universidade de Boston, durante um webinar.

Ray também destacou que, embora a China seja agora o principal destino das exportações para a maior parte da América do Sul, o comércio com os EUA ou a Europa não diminuiu e os governos nacionais simplesmente querem ter o maior número possível de parceiros comerciais.

Outro grande desenvolvimento é que novas cadeias de suprimentos estão se tornando os pontos focais das relações entre a região e a China, especialmente com o surgimento da produção de lítio e do mercado de VEs, embora ela diga que é aí que o atrito está começando a aparecer.

Ela citou o exemplo de uma ação movida pelo consórcio chinês Ecuagoldmining contra o governo equatoriano depois que um tribunal ordenou que interrompesse as operações de mineração de ouro no país, citando a falta de consulta às comunidades que se opunham à empresa por questões ambientais.

“Isso pode ter repercussões realmente importantes em toda a região em relação aos investimentos chineses nessas novas cadeias de suprimentos, nesses novos minerais. Esta é a primeira disputa investidor-Estado aberta entre uma empresa chinesa e qualquer governo latino-americano sobre regulamentações ambientais”, disse ela durante uma discussão sobre as relações pós-pandemia América Latina-China organizada pelo Global Development Policy Center e pelo Inter-American Dialogue.

A pesquisadora acrescentou que, neste caso, a denúncia também foi liderada por investidores privados e não por uma empresa estatal, enquanto o governo chinês decidiu não se envolver, sinalizando que os países latino-americanos não estão olhando para Pequim como um “parceiro especial” ou que as empresas chinesas receberão tratamento preferencial quando se trata de regulamentos.

DECLÍNIO DE EMPRÉSTIMOS

Durante o webinar, a diretora do Programa Ásia e América Latina do Inter-American Dialogue, Margaret Myers, disse que houve uma clara queda nos empréstimos para a América Latina e o Caribe das instituições de financiamento ao desenvolvimento mais ativas da China, o Banco de Desenvolvimento da China (CDB) e o Export-Import Bank of China (CHEXIM), caindo de US$ 21,3 bilhões em 2015 para apenas US$ 813 milhões no ano passado.

Nessa época, houve apenas três operações de empréstimo entre esses dois credores e a região, abrangendo infraestrutura e programas sociais.

“Mesmo que não estejamos vendo os empréstimos multibilionários que vimos no passado, há muitos outros bancos comerciais importantes e outras instituições financeiras que estão fornecendo financiamento diretamente para empresas chinesas ou às vezes para empresas latino-americanas, ou mesmo governos latino-americanos, para projetos específicos”, disse Myers.

Essas outras instituições incluem o Banco Asiático de Desenvolvimento de Infraestrutura (AIIB), apoiado pela China, e os “cinco grandes” bancos comerciais da China (ICBC, Banco da China, Banco Agrícola da China, Banco de Construção da China e Banco de Comunicações), que aumentaram suas atividades na América Latina nos últimos anos.

Myers também destacou que os países que receberam empréstimos chineses no passado agora estão mostrando mais contenção, já que alguns estão lidando com níveis recordes de dívida, e outros, como a Venezuela, começando a renegociar os termos desses empréstimos.

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