AMLO ofereceu à Vulcan mais de US$ 400 mi para evitar conflito legal

A administração de Andrés Manuel López Obrador ofereceu à norte-americana Vulcan Materials uma indenização de pelo menos 8 bilhões de pesos (US$ 408 milhões) e prometeu ignorar possíveis danos ambientais para evitar uma ação judicial pelo encerramento das suas operações no país.

O governo publicou recentemente no Diário Oficial mexicano o decreto que cria 53 mil hectares de área natural protegida em Quintana Roo, incluindo a pedreira de calcário da Vulcan, em Playa del Carmen, e um porto.

“Não queríamos confronto jurídico. Oferecemos-lhes, creio eu, 8 ou 10 bilhões de pesos, sem levar em conta todos os danos que causaram'”, declarou AMLO em conferência na quinta-feira (26).

“Mas neste caso há soberba e os senadores do Congresso dos Estados Unidos achando que somos uma colônia. Então, tivemos que decidir converter não só essas terras, mas 50 mil hectares, em uma reserva natural protegida para cuidar do meio ambiente”, acrescentou, referindo-se ao projeto de lei apresentado por vários senadores dos EUA para buscar retaliação pelo que a empresa chamou de uma expropriação.

A Vulcan comentou à BNamericas que estava ciente do que descreveu como a expropriação da pedreira Sac Tun (antiga Calica) e de um porto.

“A expropriação das terras e do porto da nossa empresa é mais uma escalada e uma nova violação dos compromissos do México sob os acordos comerciais norte-americanos, incluindo o T-MEC e outros acordos de investimento aplicáveis”, respondeu um porta-voz da empresa, acrescentando irão se defender utilizando todas as vias legais disponíveis.

Já o grupo de senadores democratas e republicanos citado por AMLO está promovendo legislação que busca pressionar o governo mexicano a reverter as medidas. Se promulgada, a lei proibirá navios de entrar em um porto dos EUA se tiverem utilizado anteriormente um porto, terreno ou infraestrutura confiscado ilegalmente de uma entidade dos EUA por uma nação estrangeira no Hemisfério Ocidental.