Anglo American aposta em projetos-chave para impulsionar produção de cobre

A Anglo American manterá a produção de cobre restrita no Chile ao longo de 2025, principalmente devido aos menores teores de minério nas minas Los Bronces e Collahuasi, embora espere que grandes projetos ajudem a aumentar a produção até 2030.

A produção chilena de cobre cairá para a faixa de 430.000-460.000 t este ano, depois de ter atingido a marca de 507.200 t em 2023. Se a mina Quellaveco, no Peru, for incluída na contagem, o volume total da empresa ficará entre 730.000-790.000 t, em comparação com as 826.200 t produzidas no ano passado.

No entanto, na conferência de resultados do terceiro trimestre de 2024 da empresa, o CEO Duncan Wanblad afirmou que a mineradora com sede em Londres produzirá mais de 1 milhão de toneladas por ano até o início da próxima década.

Para ajudar nesse objetivo, a empresa conta com planos de expansão dos ativos latino-americanos, em especial a nova fase de extração na mina a céu aberto Los Bronces, principal operação no Chile, a 65 km de Santiago. A nova fase entrará em produção em 2027.

A nova área do depósito faz parte do projeto Los Bronces Integrado (LBI), de US$ 3,3 bilhões, e permitirá a exploração de minério de melhor qualidade, contribuindo para o objetivo de manter os níveis de produção por anos com uma operação mais eficiente e sustentável.

Até lá, a produção em Los Bronces continuará em queda, com minérios de baixo teor e rochas duras, o que forçou a empresa a colocar uma planta de processamento em manutenção desde julho para reduzir os custos operacionais.

No terceiro trimestre deste ano, a produção de Los Bronces sofreu uma redução de 20% em relação ao ano anterior, para 36.600 t, incluindo cobre em concentrado e cátodos. El Soldado, na região de Valparaíso, registrou um aumento de 16%, para 11.300 t no trimestre.

No entanto, a produção total de cobre da empresa no Chile caiu 7%, para 112.600 t, de acordo com o relatório trimestral.

Este resultado também foi impactado pela estagnação em Collahuasi, onde a parcela atribuível à Anglo pelos 44% de participação que detém na propriedade na região de Tarapacá se manteve em 64.700 t.

A participação da Anglo American em Los Bronces e El Soldado é de 50,1%, mas a produção é de 100%.

EXPANSÃO

O projeto LBI, que inclui uma mina subterrânea a 5 km da atual cava e um novo sistema de recirculação de água para tornar a gestão hídrica mais eficaz, tem enfrentado a lentidão na obtenção de licenças setoriais e a oposição de grupos ambientalistas que tentam impedir seu avanço enviando reclamações à agência de avaliação ambiental SEA.

No entanto, o projeto foi aprovado no ano passado.

A estratégia de crescimento da Anglo prevê, ainda, o desenvolvimento de infraestrutura e a melhoria da capacidade produtiva de Collahuasi, uma iniciativa avaliada em US$ 3,2 bilhões que visa aumentar a taxa de processamento e incorporar uma central de dessalinização com capacidade de 1.110 l/s.

No entanto, Wanblad afirmou em um relatório de julho que os atrasos são atribuídos à falta de coordenação entre as autoridades envolvidas no processamento de licenças e ao longo período necessário para estabelecer um diálogo sólido com as comunidades.

Com um atraso estimado de 18 meses no início das operações da usina de dessalinização, previsto para o primeiro semestre de 2026, a Minera Doña Inés de Collahuasi tem em curso um subprojeto de US$ 5 milhões que amplia a autorização para a extração de águas subterrâneas continentais.

El Soldado também depende de licenças para avançar com a construção de um projeto de US$ 40 milhões, aprovado em agosto, que permitirá que a unidade continue funcionando até 2027 com um menor consumo de água e energia. Uma nova extensão da vida útil está em avaliação.