Antofagasta Minerals avança em projeto de cobre de US$ 4,4 bi no Chile

Com detonações no local onde ficará a segunda planta concentradora da Minera Centinela, a empresa chilena Antofagasta Minerals (Amsa) alcançou um marco no projeto de US$ 4,4 bilhões que adicionará 144.000 t/ano de cobre à sua produção a partir de 2027.

Os trabalhos na comuna de Sierra Gorda, na região de Antofagasta, norte do país, foram realizados para preparar o terreno e instalar a infraestrutura de apoio do concentrador, que operará com capacidade de 95.000 t/d.

O projeto produzirá 170.000 t de cobre equivalente por ano, além de 130.000 oz de ouro e 3.500 t de molibdênio, durante os primeiros dez anos e garantirá a continuidade operacional da mina Centinela por pelo menos 30 anos.

Para isso, a Amsa vai priorizar tecnologias de eficiência, como um sistema de prensa de rolo de alta pressão (HPGR) que vai otimizar a moagem, e implementar uma correia terrestre de mais de 6 km para transportar o minério da área de britagem até a planta, explicou a empresa em um comunicado nesta segunda-feira (1º).

As atividades de engenharia, aquisição de equipamentos, construção e comissionamento do concentrador são realizadas por um consórcio local formado por Salfa e Fluor.

A Amsa conduziu as primeiras movimentações de material na área onde será instalado um segundo depósito de rejeitos espessados para abrigar os resíduos da atividade minerária provenientes de duas novas cavas, Esperanza Sur e Encuentro, onde o uso de caminhões autônomos será priorizado.

“No início de junho, foi concluída a montagem de dois caminhões de extração Komatsu 980 E-5, os primeiros das 11 unidades previstas para a operação”, detalhou a Amsa. A companhia destacou que o projeto registra mais de 14% de progresso até o momento.

ÁGUA E ENERGIA

Centinela continuará a ser abastecida apenas com água do mar não dessalinizada, proveniente de uma central com capacidade de 1.500 l/s. No início de junho, a Amsa fechou um acordo de US$ 600 milhões com o consórcio entre a Transelec e a Alma Water Solutions para se encarregar da expansão e operação dos dutos.

Com foco em garantir um consumo de energia livre de emissões, a Amsa tem um acordo para que a empresa elétrica Colbún forneça 912 GWh por ano durante 15 anos a partir de 2025. Além disso, tem outro contrato com a Engie, firmado em 2022, que garante uma fornecimento de 186 MW até 2033.

FINANCIAMENTO

O projeto Centinela é financiado com contribuições diretas de seus acionistas Antofagasta plc e Marubeni Corporation e um empréstimo de US$ 2,5 bilhões concedido pelo Banco Japonês para Cooperação Internacional (JBIC), juntamente com o banco privado japonês Sumitomo Mitsui, instituições governamentais da Coreia do Sul e da Alemanha e agências de crédito do Canadá e da França.

A Amsa pretende atingir a marca de 900.000 t/ano de cobre no Chile em longo prazo com essa expansão em Centinela.