Aprovação de Boluarte entre CEOs peruanos cai para 12%

Executivos de empresas peruanas perderam a confiança na administração da presidente Dina Boluarte, que viu seu índice de aprovação despencar ao longo do ano passado.

Uma pesquisa realizada pela Ipsos Peru com 140 CEOs peruanos para a revista local Semana Económica confirma que a desaprovação da presidente aumentou para 87%, como resultado do enfraquecimento econômico, da falta de liderança, da insegurança crescente e da falta de iniciativas para enfrentar um Congresso que não parou de implementar medidas populistas.

No outro extremo, o apoio dos altos executivos a Boluarte, que assumiu o cargo em julho de 2022, após a destituição de Pedro Castillo, caiu para um novo mínimo, passando de 71% há um ano para apenas 12%. O resultado evidencia a clara rejeição à primeira presidente do Peru.

A popularidade quase nula da presidente agora é vista em todas as áreas. Segundo outra pesquisa da Ipsos, somente 6% da população aprova sua gestão, nível que não era observado desde a década de 1990. A taxa de desaprovação chega a 90%.

Embora grande parte da aprovação empresarial de Boluarte no ano passado tenha sido explicada pela saída de Castillo, cujo governo de esquerda gerava medo e incerteza no setor privado, a rápida deterioração do apoio à sua administração se deve à má gestão em várias frentes essenciais.

Segundo a pesquisa, o empresariado aponta o aumento da insegurança como principal preocupação, fator seguido por conflitos sociais e instabilidade do sistema democrático. Há um ano, o contexto era diferente, como pode ser visto na tabela a seguir.

Principais riscos políticos e sociais para a comunidade empresarial peruana

2023	2024
Reativação de conflitos sociais	Aumento da insegurança
Aumento da insegurança	Reativação de conflitos sociais
Piora do ambiente de negócios	Instabilidade do sistema democrático
Instabilidade do sistema democrático	Deterioração do Estado, de modo geral
Deterioração do Estado, de modo geral	Criminalidade e corrupção nas regiões

Fonte: Semana Económica

Um aspecto que merece destaque é que os empresários não têm mais a piora do ambiente de negócios entre suas maiores preocupações.

Por outro lado, a percepção geral de que as instituições públicas estão mais fracas tem avançado, e quase 50% dos participantes da pesquisa atual encaram as eleições presidenciais de 2026 com pessimismo.

Sobre a relação direta das empresas com o governo, 46% dos entrevistados consideram que têm uma relação ruim ou muito ruim com os funcionários públicos, um aumento significativo em comparação com os 12% do levantamento de 2023.