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Argentina avalia reperfilamento da dívida favorável ao mercado

Bnamericas

A Argentina continuará com um cenário financeiro apertado pelo menos durante o ano que vem, e o governo provavelmente terá de fazer algum tipo de ajuste em relação ao pagamento da dívida.

“Com o novo governo, as condições mudaram radicalmente. Não prevemos mais inadimplência ou reestruturação, mas sim um reperfilamento e distressed exchanges”, disse Jaime Reusche, vice-presidente sênior da Moody's Ratings e analista-chefe da classificação de crédito do governo argentino, em uma coletiva de imprensa em Buenos Aires.

Desde 2019, o rating da Argentina não muda porque há um risco percebido de um novo “default”.

Reusche reconheceu que o ajuste fiscal “tem sido mais forte do que o esperado” e, portanto, houve uma recuperação nos preços dos títulos. “Há maior credibilidade na gestão macroeconômica e fiscal, mas o ajuste externo ainda não ocorreu”, apontou.

O ajuste das contas externas é o que limita hoje o rating da Argentina.

A Moody’s estima que um reperfilamento será “favorável ao mercado”, com perdas limitadas.

No ano que vem, a Argentina enfrentará o vencimento de US$ 5 bilhões em títulos estrangeiros, mais que o dobro dos US$ 2 bilhões pagos este ano.

“O governo está em busca de mecanismos para cobrir estes pagamentos, incluindo financiamento multilateral. O Banco Mundial está tentando apoiar o governo com maiores desembolsos nos próximos anos, e isso pode mitigar a pressão”, observou.

No entanto, o ajuste fiscal e econômico é preocupante, sobretudo porque a recuperação da economia poderá colocar mais pressão sobre as importações, complicando a balança de pagamentos.

Segundo Reusche, as entradas de divisas no país correspondem a US$ 100 bilhões por ano, enquanto as saídas chegam a um valor semelhante. Por isso, um aumento nas importações poderia complicar as contas.

Para a Moody’s, há incerteza e dificuldade para prever cenários futuros. “Todas as variáveis de pagamento são extremamente sensíveis a suposições”, avaliou.

No momento, o país não vê uma entrada significativa de capital pois ainda existem controles de capitais e cambiais em vigor.

Assim como outros analistas econômicos, a Moody’s acredita que a taxa de câmbio está defasada e que o governo poderá ser forçado a promover uma desvalorização. “Isso mostra a volatilidade do país. No início do ano, víamos a desvalorização como inevitável para reduzir a diferença cambial. Hoje, como o governo esperava, parece que essa diferença está diminuindo, não porque o câmbio oficial esteja desvalorizado, mas porque o paralelo está em queda, e isso aponta para a credibilidade na gestão econômica.”

Além do sucesso alcançado na desaceleração da inflação, talvez o principal trunfo político de Milei, Reusch também destacou que houve um nível de acúmulo de reservas mais elevado do que o esperado. “O nível de reservas líquidas parece ter estagnado. Não é possível atingir um terreno positivo [este ano]”, acrescentou.

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