Argentina busca firma de EPC para projeto de reversão de fluxo do Gasoducto Norte

A Argentina está avançando com um grande projeto de gás natural que faz parte de uma estratégia mais ampla para substituir importações devoradoras de dólares e construir os músculos exportadores do país.

A empresa estatal de energia e proprietária do projeto Energía Argentina lançou na sexta-feira (25) uma licitação para a iniciativa, o projeto de reversão de fluxo Gasoducto Norte, que visa apoiar o envio de gás doméstico para as regiões do norte.

O licitante vencedor fornecerá serviços de engenharia, compras e construção. As propostas deverão ser entregues até 29 de setembro, conforme edital publicado no Diário Oficial da Argentina. Seria necessária uma garantia equivalente a 1% da oferta.

As autoridades disseram anteriormente que seriam necessários cerca de 712 milhões de dólares e têm trabalhado para garantir os fundos necessários. O país recebeu um empréstimo de até 540 milhões de dólares do banco de desenvolvimento regional CAF e o departamento federal de energia instruiu o administrador do mercado atacadista de energia, Cammesa, a reservar, para um empréstimo de projeto, as receitas obtidas com as exportações de eletricidade.

O trabalho de reversão de fluxo apoia o transporte do gás da bacia de Neuquén para o norte do país, hoje abastecido pelas importações cada vez menores da Bolívia. O transportador de gás TGN concluiu US$ 11,6 milhões em obras associadas.

O gasoduto Gasoducto Norte percorre cerca de 1.450 km entre General Pacheco, na província de Buenos Aires, e Campo Durán, no norte da província de Salta, perto da fronteira com a Bolívia. Com 12 plantas de compressão, a capacidade é de 28,5 milhões de m³/d, de acordo com o relatório anual de 2021 publicado pelo regulador de gás Enargas. O projeto ajudaria a substituir cerca de US$ 2 bilhões/ano em importações de energia, de acordo com uma apresentação da Energía Argentina. A maior parte da energia gerada no norte é termelétrica e o duto de gás reduziria custos, afirmou.

O dinheiro do CAF e da Energía-Cammesa seria gasto nos seguintes componentes do projeto, de acordo com uma resolução publicada no início deste ano.

• Um gasoduto de 123 km e 36 polegadas (0,91 m) entre a planta de compressão La Carlota, no duto Centro Oeste, e a planta de compressão Tío Pujio, no Gasoducto Norte.
• 62 km de circuitos de 30 polegadas (0,76 m) no Gasoducto Norte entre Tío Pujio e Ferreyra.
• Trabalhos de reversão de injeção nas plantas de compressão da Gasoducto Norte Ferreyra, Dean Funes, Lavalle e Lumbrera.

Os tubos seriam fornecidos pela unidade Tenaris do grupo industrial Techint, informou o meio de comunicação local EconoJournal.

A obra, considerada urgente, está vinculada ao projeto do gasoduto Vaca Muerta. A primeira fase desse projeto foi colocada online neste trimestre. A segunda fase, que deverá entrar em operação no inverno de 2024 no hemisfério sul, facilitará o aumento dos fluxos de gás para o norte e, após a conclusão de novos projetos de reversão de fluxo, a substituição total das importações bolivianas e, potencialmente, maiores exportações para o Brasil e Chile.

A bacia de Neuquén, que abriga a maior parte da formação não convencional de Vaca Muerta, tornou-se o motor de crescimento de hidrocarbonetos da Argentina. Vaca Muerta tem atraído a maior parte do investimento e impulsionado a produção num contexto de declínio geral na produção de ativos convencionais.

Leia a resolução