Argentina expandirá capacidade do gasoduto de Vaca Muerta

A Argentina garantiu um empréstimo de US$ 185 milhões do Banco de Desenvolvimento Centro-Americano (BCIE) para ajudar no pagamento de quatro turbocompressores adicionais de 15 mil HP cada para seu projeto de gasoduto de Vaca Muerta.

A Argentina é membro não regional do BCIE desde 1995.

O custo total da obra do turbocompressor é de US$ 200 milhões, informou em comunicado a estatal Energía Argentina, proprietária do projeto. O trabalho aumentará a compressão dos 30 mil HP originalmente planejados para 90 mil.

Os recursos são destinados a uma unidade adicional em cada ponto da primeira fase, em Tratayén, província de Neuquén, e Salliqueló, província de Buenos Aires, respectivamente. Cada ponto já está ganhando um turbocompressor de 15 mil HP, trabalho que está em andamento e deve ser concluído neste semestre. O projeto em Tratayén foi outorgado à Sacde e o de Salliqueló à Contreras Hermanos-Esuco.

Os engenheiros também instalarão dois turbocompressores na metade do gasoduto, em Chacharramendi, província de La Pampa.

A primeira fase entrou em operação neste trimestre, com capacidade inicial de 11 MMm³/d (milhões de metros cúbicos por dia). Após a instalação dos turbocompressores originais, a capacidade aumentará para 21 MMm³/d. Com as obras adicionais, a capacidade chegará a 30 MMm³/d, informou a Energía Argentina.

Uma segunda fase do gasoduto está em estudos. As autoridades do país buscam possíveis opções de financiamento para o projeto, que deverá custar vários bilhões de dólares.

Até o fechamento desta reportagem, a Energía Argentina não havia respondido a um contato feito pela BNamericas.

Um objetivo central da iniciativa global do gasoduto é substituir uma parte significativa das dispendiosas importações de GNL e de combustíveis líquidos, visando apoiar o desenvolvimento de uma indústria exportadora firme durante todo o ano. As autoridades lançaram recentemente uma licitação para um projeto associado de reversão de fluxo que dará suporte ao envio de gás da bacia de Neuquén para o norte da Argentina.

Em notícias de midstream relacionadas, a estatal argentina YPF espera inaugurar em setembro de um oleoduto de 150 km e US$ 250 milhões denominado Vaca Muerta Norte, concebido para alimentar o gasoduto Otasa, que transporta petróleo para uma refinaria de petróleo chilena. A capacidade de Vaca Muerta Norte, que começa na área de xisto La Amarga Chica, pertencente à YPF e localizada em Neuquén, é de 25 mil m³/d, ou cerca de 155 mil b/d (barris por dia).

Dado que a capacidade de Vaca Muerta Norte é maior que a do Otasa, parte do petróleo será direcionado para a refinaria da YPF Luján de Cuyo, na província de Mendoza, informou a agência de notícias estatal Télam.

A capacidade de despacho do gasoduto Otasa, recolocado em serviço em maio, é de 110 mil b/d, atualmente reduzida a 70 mil b/d devido à demanda, conforme explicou uma apresentação de resultados do segundo trimestre de 2023 da YPF. As exportações associadas foram de 550 mil barris (cerca de 6 mil b/d) no segundo trimestre, as quais deverão aumentar neste semestre, assim que Vaca Muerta Norte entrar em serviço.