Argentina recorrerá a investimentos privados para plano de eletromobilidade

A Argentina quer envolver o setor privado em seus planos de transporte limpo.

“Oferecemos e promovemos sistemas de transporte sustentáveis no governo nacional, mas [isso] deve ter o apoio setor privado, que também precisa realizar grandes investimentos”, disse uma fonte do Ministério dos Transportes, pedindo anonimato, à BNamericas.

A Argentina apresentou no mês passado o plano de transporte sustentável 2022-2030, visando, entre outros aspectos, ter pelo menos 15% de sua frota de veículos movidos a gás natural até o final desta década, o que incluiria 15.000 ônibus e 150.000 caminhões.

A expectativa é que o plano reduza as emissões de gases do efeito estufa e gere uma economia de cerca de US$ 200 milhões na importação de combustíveis nos estágios iniciais.

O projeto de lei orçamentária de 2023, que está sendo discutido no Congresso, destina 55 bilhões de pesos (US$ 358 milhões) a este programa.

“Apresentamos a estrutura geral do plano e agora estamos definindo os programas específicos com o setor privado”, revelou a fonte, acrescentando que os títulos verdes são uma opção em discussão.

O regulador do mercado de ações CNV lançou uma estrutura de títulos verdes em 2019 e empresas de energia, como a YPFe a Pampa Energía, já usaram esse instrumento.

No entanto, a falta de acesso da Argentina a mercados de financiamento e a situação fiscal complicada também representam obstáculos, dificultando a capacidade das províncias de realizar projetos de eletromobilidade.

Enquanto isso, os subsídios para o transporte seguem altamente concentrados na região metropolitana de Buenos Aires, disse o chefe da operadora de ônibus e trens leves de Mendoza, Daniel Vilches, à BNamericas em agosto.