Argentina TGS planeja projeto de gás de US$ 500 mi com benefícios do Rigi

A transportadora de gás argentina TGS informou que seu projeto de expansão de capacidade de US$ 500 milhões – se aprovado – seria realizado sob o regime de promoção de investimentos do governo federal (Rigi).

O Rigi concede determinados benefícios fiscais e exceções de controle cambial por 30 anos para grandes projetos, com investimentos acima de US$ 200 milhões, realizados por entidades de propósito específico.

A iniciativa de US$ 500 milhões, divulgada este ano pela TGS, é uma das duas projetadas para aumentar a capacidade de transporte em um total de 14 milhões de metros cúbicos por dia até meados de 2026.

O projeto envolve quatro novas plantas de compressão ao longo do trecho Tratayén-Salliqueló – que é a primeira fase de 573 km – do gasoduto Vaca Muerta.

Foi submetido para avaliação do Ministério da Economia sob a lei de hidrocarbonetos e o modelo de iniciativa privada, o que exigiria um processo de licitação, se for aprovado.

As negociações associadas ao projeto entre a TGS e as autoridades federais já estão em andamento, informou o CFO da TGS, Alejandro Basso, na teleconferência sobre resultados do segundo trimestre da empresa.

Enquanto isso, envolvendo US$ 200 milhões, a outra fase consiste em duas plantas de compressão e 20 km de loops em outras partes do sistema e seria realizada pela TGS sob os termos de sua licença, com tarifas denominadas em pesos.

No geral, as obras reforçariam o suprimento local e ofereceriam suporte à exportação do excedente de produção para países vizinhos, acrescentou Basso na teleconferência, observando que o capex de expansão poderia começar a fluir no primeiro trimestre de 2025.

Dado que a iniciativa da TGS constitui obras complementares, sua realização não significaria necessariamente o cancelamento de uma segunda fase planejada para o gasoduto de Vaca Muerta. De acordo com relatórios anteriores, espera-se uma licitação para conseguir uma parte que financie e construa a segunda fase. O desembolso estimado para a segunda fase entre as províncias de Santa Fé e Buenos Aires é de pelo menos US$ 2,5 bilhões e uma meta previamente anunciada é a sua conclusão em 2026.

Quanto ao projeto de GNL planejado pela empresa estatal argentina YPF e sua parceira malaia Petronas, Basso explicou que a TGS poderia se beneficiar do aumento da demanda de gás e de serviços de condicionamento e outros.

Além dos projetos de transporte, a TGS possui um projeto de líquido de gás natural de US$ 2,5 bilhões em avaliação. A iniciativa também é voltada para o processamento de gás associado.

FINANÇAS

A TGS registrou um lucro líquido de 85,7 bilhões de pesos (US$ 91,6 milhões) no segundo trimestre, acima dos 45 bilhões de pesos do ano anterior, impulsionado por maiores fluxos de suas principais operações de transporte de gás.

A TGS detém 572 bilhões de pesos em caixa, equivalentes de caixa e outros ativos financeiros. Esses recursos poderiam ser utilizados para financiar projetos, conforme relatado na teleconferência.