Argentina YPF atualiza projeto de GNL

Dezenove acordos de confidencialidade envolvendo acordos provisórios de compra de GNL foram assinados, de acordo com Horacio Marín, CEO da estatal argentina de hidrocarbonetos YPF.

A empresa está desenvolvendo o LNG Argentina, um projeto de exportação de GNL em plataforma flutuante proposta para a província de Río Negro, atualmente em fase de engenharia.

“Depois disto [trabalhos de engenharia], poderemos aplicar rapidamente o Rigi [Regime de Incentivo a Grandes Investimentos, promulgado recentemente pelo governo argentino]”, disse Marín a atores da indústria de hidrocarbonetos em um evento realizado para marcar o 20º aniversário da plataforma local de negociação de gás Megsa.

Com base em comentários anteriores da YPF, espera-se que a capacidade de produção de 1 a 2 Mt/a (milhões de toneladas por ano) comece em 2027 usando infraestrutura flutuante de GNL na costa da província de Río Negro, antes de aumentar para mais de 17 Mt/a até 2032, com a construção de uma planta onshore.

Representantes da YPF fizeram recentemente uma viagem rápida pela Ásia e Europa, assinando acordos preliminares com possíveis compradores dos setores público e privado.

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O da YPF é um dos quatro projetos de GNL anunciados publicamente na Argentina. Entre outros está o da Southern Energy. Em fase de licenciamento, o projeto também é flutuante e tem como alvo a província de Río Negro.

Embora o projeto da Southern Energy produziria apenas quando a demanda doméstica por gás natural diminuir – o que normalmente ocorre durante os meses mais quentes do ano –, negociações estão em andamento para viabilizar a produção constante, explicou Marín, acrescentando que ainda não poderia divulgar mais detalhes.

O executivo citou a possibilidade de uma das gigantes do setor entrar na briga e um novo duto de até 48 polegadas de diâmetro ser construído.

PONTOS PROBLEMÁTICOS

María Carmen Tettamanti, secretária argentina de Energia, revelou que um de seus principais objetivos estratégicos é entender quais pontos problemáticos precisam ser enfrentados no setor.

Sobre as perspectivas de investimento, “mais projetos surgirão”, citando como exemplo um projeto privado apresentado pela empresa de midstream TGS para expandir a capacidade da primeira fase do gasoduto de Vaca Muerta.

O governo deveria solicitar propostas da TGS e de outras partes interessadas, conforme informou a BNamericas recentemente. A TGS, que disse que planejava solicitar benefícios sob o Rigi, tem preferência, e uma decisão de concessão é esperada por volta da virada do ano.

Tettamanti também disse que o setor de energia estava subcapitalizado e que isso era mais visível na indústria de energia elétrica.

ESTADO DE EMERGÊNCIA

Em notícias relacionadas, a Argentina estendeu o estado de emergência no setor energético.

O atual governo, após assumir o cargo em dezembro de 2023, fez a declaração original com validade até 31 de dezembro de 2024.

Via decreto, o governo anunciou a prorrogação até 9 de julho de 2025 para energia elétrica (geração, transporte e distribuição) e gás natural (transporte e distribuição).

Com a mudança, os funcionários do governo manterão o controle administrativo das autoridades regulatórias e manterão em vigor um regime de subsídios existente. A introdução de novas tabelas de taxas também será adiada até 9 de julho, no máximo.

O setor de energia elétrica da Argentina tem sofrido com anos de subinvestimento.

As autoridades anunciaram recentemente um pacote de medidas preventivas para mitigar o impacto das altas temperaturas previstas para o verão, que podem sobrecarregar uma rede elétrica que já está com problemas.