As minas latino-americanas que aspiram aumentar a oferta mundial de prata

Embora os projetos Juanicipio, Terronera e Cordero no México; Magistral e Romina no Peru; e Nueva Esperanza, no Chile, não venham a produzir principalmente prata, poderão reduzir o déficit crônico na oferta mundial desse metal precioso.

A extração global de prata caiu em 2022 para 822 milhões de onças (Moz) devido a interrupções causadas pela pandemia e uma menor contribuição da China e do Peru, parcialmente compensada pelo aumento da mineração no México para 3,1 milhões de onças e Argentina em 3,0 milhões, de acordo com dados da associação global The Silver Institute. Este ano, o volume global é projetado em 837 Moz.

Embora algumas minas tenham iniciado a produção apenas no ano passado, elas conseguiram lidar com o déficit estrutural de oferta. A demanda mundial em 2022 atingiu 1.242 Moz, sem conseguir abastecer totalmente o mercado, gerando um déficit de 238 Moz. E o fenômeno se repetirá em 2023, alertou a entidade.

Três países latino-americanos estão entre os 10 maiores produtores de prata do mundo: México, com 6.300 t (201Moz), Peru, com 3.100 t e Chile, com 1.600 t por ano, segundo dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos.

Quanto aos projetos, o Juanicipio de US$ 440 milhões pertence à mexicana Fresnillo e à canadense MAG Silver, que estimam um volume anual de 11,7 Moz de prata a partir do início das operações no segundo semestre deste ano.

A Terronera, de propriedade da canadense Endeavor Silver, está localizada no estado mexicano de Jalisco. Seu investimento é de US$ 175 milhões e produzirá 3,3 Moz de prata por ano durante 12 anos a partir do segundo semestre de 2024.

A Minera Titán, subsidiária mexicana da canadense Discovery Silver, é proprietária do projeto Cordero de US$ 455 milhões no estado mexicano de Chihuahua. Em 2024, será apresentado o estudo de viabilidade, que incorporará os resultados da última campanha de perfuração, que mostrou que poderiam ser produzidos 33 Moz por ano durante 18 anos.

No Peru, a operação da Magistral está nas mãos da subsidiária local da brasileira Nexa Resources, na região de Ancash. Embora o ativo de US$ 493 milhões seja principalmente de cobre, ele contribuiria com 1 mil onças de prata por ano, a partir de 2026, por 15 anos. A papelada e os problemas financeiros adiaram o início da construção do ano passado para este ano.

Enquanto isso, Romina é um projeto polimetálico de US$ 280 milhões da empresa local Volcan. Está localizado na província de Huaral e sua operação estará nas mãos da Minera Chungar. Sua construção começará este ano para iniciar a mineração de 11,5 milhões de onças de prata por ano durante 13 anos, a partir de 2025.

E no Chile, a Laguna Resources, subsidiária local da australiana Kingsgate Consolidated, é proprietária do projeto Nuevas Esperanza, de US$ 215 milhões, na região do Atacama, norte do país. De acordo com a agência de notícias local Cochilco, a produção é estimada em 3,5 Moz/ano a partir de 2025, mas a Kingstate disse em seu último relatório trimestral que está procurando novos proprietários para o projeto.