Assembleia do Equador inicia processo de impeachment contra Lasso

A Assembleia Nacional do Equador iniciou formalmente o processo de impeachment contra o presidente Guillermo Lasso na sexta-feira (31).

O Conselho de Administração Legislativo encaminhou o processo com o pedido de julgamento à Comissão de Auditoria, que tem prazo de 30 dias para analisá-lo, recolher provas e emitir parecer.

O presidente da referida instância, Fernando Villavicencio, disse que convocará os membros na segunda-feira (3) para iniciar a análise.

O pedido de impeachment contra o chefe de Estado equatoriano foi apresentado formalmente em 16 de março à Assembleia, com o apoio de 59 legisladores, incluindo membros do movimento político do ex-presidente Rafael Correa e do Partido Social Cristão, de direita.

Os legisladores acusam Lasso de concussão e peculato por não ter atuado contra atos de corrupção no coordenador das empresas estatais Emco, da estatal Petroecuador e da transportadora marítima de hidrocarbonetos Flopec, em que seu cunhado, Danilo Carrera, estaria implicado.

Na quarta-feira (29), o Tribunal Constitucional admitiu o pedido de cassação, mas apenas em relação à acusação de peculato na Flopec.

Em mensagem à nação, Lasso declarou-se inocente das acusações e garantiu que se defenderá, pois sempre agiu com justiça.

O presidente destacou que o processo pelo qual quer ser julgado na Assembleia Nacional ocorreu entre 2018 e 2020, quando não estava no comando do país.

Na quinta-feira (30), Villavicencio, que denunciou os maiores casos de corrupção no país sul-americano, disse a repórteres que a acusação de suposto peculato é baseada em uma investigação que ele lidera desde 2018.

Villavicencio destacou que a Controladoria-Geral da União emitiu um relatório que menciona um suposto prejuízo de US$ 6,1 milhões, com responsabilidade do governo de Lenín Moreno (2017-2021).

Lasso, que assumiu o cargo em maio de 2021, deve terminar seu mandato em maio de 2025.

Para destituir o presidente, a Assembleia precisa dos votos de 92 dos 137 parlamentares que a compõem.

Esta é a segunda vez que o órgão dominado pela oposição tenta processar e remover Lasso.

Em junho do ano passado, o presidente conservador já enfrentou uma tentativa de impeachment, mas conseguiu evitá-la, já que os parlamentares obtiveram apenas 80 votos.