Aumentam os volumes de despacho solicitados na Argentina devido à desregulamentação das exportações de petróleo

Em junho, foram publicadas na Argentina solicitações de autorização para exportação de petróleo e combustíveis de 21 empresas, abaixo das 24 registradas em maio, enquanto o país se prepara para a desregulamentação do setor de hidrocarbonetos.

No mês passado, os legisladores aprovaram o projeto de reforma econômica do presidente Javier Milei, que flexibiliza o controle estatal sobre as exportações de hidrocarbonetos. A legislação secundária, que detalhará sua aplicação, ainda está pendente.

Juntas, as 21 empresas solicitaram autorização para exportar 853.900 m³, em comparação com 558.200 m³ em maio, segundo os dados da Secretaria de Energia da Argentina. No mês anterior, em abril, foram publicadas autorizações para um total de 907.500 m³.

No total, 31 solicitações foram publicadas em junho, em comparação com 42 em maio. A produção associada é enviada através dos portos atlânticos. A maior parte é destinada a períodos de aproximadamente 30 dias entre julho e setembro.

Atualmente, perfuradores, refinadores e comerciantes precisam da autorização da Secretaria de Energia – por meio de um processo que garante primeiro o atendimento à demanda interna – para despachar o petróleo bruto pelo Atlântico.

De acordo com a nova lei, os produtores serão livres para exportar e o poder executivo não intervirá nos preços. No entanto, o texto estabelece que a liberdade de exportação está sujeita à não objeção da Secretaria de Energia dentro de um prazo determinado.

Em uma mudança histórica, o requisito de priorizar as necessidades do mercado interno foi removido. Em vez disso, os objetivos da política são maximizar a rentabilidade enquanto “atendem às necessidades de hidrocarbonetos do país”, afirmou a consultoria energética local Paspartú em um relatório especial.

A Argentina também exporta petróleo para o Chile, via duto Otasa, sob um regime regulatório diferente.

PRODUÇÃO E EXPORTAÇÕES

A produção de petróleo em maio foi de 698.800 barris/dia (111.000 Mm³/d), um aumento de 8,5% em relação ao ano anterior, segundo os dados da consultoria local Economía & Energía.

A produção de não convencionais aumentou 23,8%, para 366.500 b/d, compensando uma queda de 4,6% nos convencionais, que ficaram em 332.200 b/d.

A bacia de Neuquén, que abriga o campo de xisto Vaca Muerta, está consolidando sua posição como a principal área produtora do país, respondendo por 467.200 b/d em maio, um aumento de 15,7% e compensando as quedas em outras bacias.

A Argentina exportou 183 mil barris/dia em maio, gerando receita de US$ 495 milhões, de acordo com a Economía & Energía. Em abril, as exportações foram de 131 mil barris/dia e a receita de US$ 335 milhões.

O Ministério da Economia, citando dados da agência de estatísticas Indec, disse que as exportações de petróleo bruto por receita aumentaram 60,2% ano a ano no primeiro semestre de 2024. No geral, as exportações de “combustíveis e energia” geraram US$4,82 bilhões, um aumento de 26,8%. Isto resultou em um superávit comercial de energia de US$2,76 bilhões, uma vez que as importações caíram 55,1%, disse o Ministério.

As cinco maiores perfuradoras do país por produção, com base nos dados das operadoras de maio, são YPF (337.200 b/d), Pan American Energy (106.000 b/d), Vista Energy (57.800 b/d), Shell (31.200 b/d) e Pluspetrol (29.800 b/d).

Em meio a um esforço para apoiar uma produção maior e, por conseguinte, exportações, a infraestrutura de midstream entre Neuquén e Buenos Aires está sendo expandida pela concessionária Oldelval.

A YPF lançou a primeira fase de um projeto paralelo para ligar os campos petrolíferos de Neuquén a um terminal planejado na província de Río Negro.

CRÉDITO: YPF. VMS = Vaca Muerta Sur; OTASA + VMN = Duto de exportação Otasa para o Chile mais o duto alimentador Vaca Muerta Norte; PROC REF LC & PH = nível de processamento nas refinarias Luján de Cuyo e Plaza Huincul; OLDELVAL = infraestrutura Oldelval. Valores em KBBL/D.

RECORDE DE PRODUÇÃO DA PROVÍNCIA DE NEUQUÉN

Abrigando a maior parte de Vaca Muerta e da bacia de Neuquén, a produção de petróleo da província de Neuquén atingiu um recorde de 400.931 barris/dia em junho, um aumento de 24,9% em relação ao ano anterior, informou o governo provincial em um comunicado.

Na comparação mensal, a produção aumentou 1,76% em junho, com crescimento impulsionado pelas áreas de Sierras Blancas, Bandurría Sur, Bajada del Palo Oeste, La Calera e Aguada del Chañar.

PEDIDOS DE AUTORIZAÇÃO DE EXPORTAÇÃO PUBLICADOS EM JUNHO

Tecpetrol: quatro solicitações totalizando 116 mil m3
Pampa Energía: duas solicitações totalizando 30.000 m3
Total Austral: uma solicitação para 40.000 m3
Pan American Energy: duas solicitações totalizando 23.200 m3
Chevron Argentina: duas solicitações totalizando 35.000 m3
Capex: três solicitações totalizando 64.000 m3
PCR : uma solicitação para 10.000 m3
Equinor Argentina: uma solicitação para 35.000 m3
Enap Sipetrol: uma solicitação para 16.000 m3
GyP: uma solicitação para 4.000 m3
CGC: duas solicitações totalizando 120.000 m3
Pluspetrol: uma solicitação para 40.000 m3
Petróleos Sudamericanos: uma solicitação para 14.000 m3
Petronas E&P Argentina: uma solicitação para 80.000 m3
President Petroleum: uma solicitação para 2.500 m3
Pan American Sur: duas solicitações totalizando 22.000 m3
Trafigura Argentina: uma solicitação para15.000 m3
Vista Energy Argentina: uma solicitação para 140.000 m3
Hattrick Energy: uma solicitação para 200 m3
YPF: uma solicitação para 11.000 m3
ExxonMobil Exploration Argentina: uma solicitação para 36.000 m3