Avança Aeroporto Internacional do Pacífico, em El Salvador, apesar da turbulência

Os planos para construir um aeroporto internacional no departamento de La Unión, em El Salvador, estão avançando lentamente em meio à agitação social e à falta de financiamento claro, com os legisladores novamente aumentando o orçamento para o projeto.

Na semana passada, os legisladores aumentaram o orçamento de 2023 em US$ 5,87 milhões para as obras.

Segundo um decreto, os recursos extras devem “continuar com a fase inicial de pré-construção e com o plano de realocação [dos residentes] para construir o Aeroporto Internacional do Pacífico”.

O jornal Estrategia y Negocios afirma que US$ 92.600 dos US$ 5,87 milhões foram destinados a salários, US$ 821.659 serão usados para aquisição de bens e serviços e US$ 4,9 milhões para ativos fixos.

No ano passado, a Assembleia Nacional aprovou um valor adicional de pelo menos US$ 12 milhões para iniciar a primeira fase.

A Comissão Autônoma de Portos (CEPA) informou que os estudos ambientais e outros pré-construção foram concluídos. Em 10 de fevereiro, o CEPA informou que as licenças ambientais para a construção do aeroporto haviam sido emitidas.

“Estamos conversando com as companhias aéreas para tê-las como clientes”, disse o chefe do CEPA, Federico Anliker, segundo o site Investing. “O aeroporto ficará no cantão de Loma Larga, no município de La Unión, e será construído em várias etapas. Os estudos de viabilidade, geotécnica e relocação foram realizados durante a pandemia.”

No entanto, o projeto ainda enfrenta oposição dos moradores locais cujas terras foram desapropriadas.

Segundo parlamentares da oposição citados por Estrategia y Negocios, membros das comunidades Flor de Mangle, no departamento de La Unión, e Condadillo, no departamento de Conchagua, alegam que o CEPA usou mentiras e chantagens para pressioná-los a se mudarem. Há também reclamações de que o CEPA não pagou um preço justo pelo terreno.

Conflitos sociais e falta de transparência no financiamento têm sido problemas desde que o projeto foi anunciado, sem um plano claro de como as obras serão realizadas.

Em janeiro, a chefe da associação privada ANEP, Leonor Selva, disse à BNamericas que o aeroporto, assim como outros projetos de infraestrutura, não foram incluídos em um plano econômico abrangente.

“Nunca ficou claro como esses projetos serão pensados e como se encaixam em um plano de aceleração econômica: sem saber se o trem é de passageiros ou de carga ou a que pontos ligaria, ou a viabilidade de um segundo aeroporto”, ela disse. “Então, essas não são apostas que nós, como setor privado, esperamos porque nunca foram enquadradas em um plano econômico.”