Avança plano de otimização de combustíveis de Porto Rico

A PREB, comissão reguladora de energia de Porto Rico, encerrou a consulta para o plano de otimização de combustíveis da empresa Genera.

A New Fortress Energy (NFE) controla a Genera, que administra o parque térmico de 4.693 MW da autoridade energética Prepa.

O plano visa reduzir o preço dos combustíveis por meio de negociações de mercado relacionadas com a logística, gestão do risco de preço de mercado, melhoria da eficiência das plantas e substituição do diesel por GNL.

A Genera afirmou que “reconhece que o objetivo final é eliminar o uso de combustíveis fósseis, mas o sistema atual não está pronto para aposentar toda a frota no curto prazo”.

O primeiro grande projeto prevê a mudança do combustível primário dos pacotes móveis Palo Seco (81 MW) e das turbinas de combustão de Mayagüez (220 MW) para gás natural a partir de diesel com baixíssimo teor de enxofre.

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“Levando em consideração que a tecnologia e a energia, as condições do mercado estão em constante mudança, o FOP [plano de otimização de combustível] deve ter flexibilidade para se adaptar a novas oportunidades de otimização e poupança”, declarou o OIPC, gabinete independente de proteção ao consumidor da ilha, à PREB.

“Por isso, é necessário estabelecer avaliações de desempenho e ajustes periódicos, que permitam a incorporação dessas novas tecnologias e práticas operacionais que resultem em economias adicionais para os consumidores”, acrescentou.

Para Antonio Medina, presidente da consultoria local Convergent Strat, o plano “parece focar em encontrar ganhos rápidos e economias imediatas para a empresa de O&M [operações e manutenção], em vez de alcançar uma otimização real que beneficie o sistema de geração no longo prazo. ”

“É compreensível que os combustíveis baseados em GNL sejam o meio de transição para salvar a rede elétrica da ilha até que outras fontes como a eólica, o hidrogênio e as tecnologias solares estejam disponíveis. No entanto, concentrar-se na mudança de curto prazo dos combustíveis fósseis para o GNL sem um plano concreto e abrangente a longo prazo que integre outras tecnologias carece de qualquer otimização real dos recursos”, complementou.

A coalizão de promoção solar Queremos Sol foi a mais crítica do plano, alegando que “a principal motivação e objetivo da Genera e da New Fortress nos contratos de privatização é aumentar o uso e a dependência do gás natural em Porto Rico, a fim de beneficiar financeiramente sua controladora, a NFE.”

A entidade argumenta que “as trocas de combustível propostas não foram avaliadas no Plano Integrado de Recursos de 2020 (IRP 2020) e, se fossem consideradas agora, precisam ser incluídas no novo processo IRP 2024 para ter em conta a participação pública e uma avaliação robusta de alternativas que promovam as metas de energia renovável de Porto Rico.”