Banco Mundial acredita que preços do cobre e lítio continuarão altos devido à demanda da transição energética

Os preços do cobre e do lítio devem continuar altos devido à demanda relacionada com a transição energética, afirmou um representante do Banco Mundial.

“Os preços do lítio e do cobre estão muito altos, e suspeito que continuarão assim, devido à enorme demanda da transição [energética]”, disse Carlos Jaramillo, vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe durante a COP27, em uma entrevista para o portal LinkedIn News na última terça-feira (16).

A importância dos minerais aumentou por conta do desafio global de reduzir as emissões de CO­₂, exigindo grandes somas financeiras. Somente com parcerias público-privadas será possível avançar nesse sentido, de acordo com o executivo.

Embora não haja uma relação financeira direta, o Banco Mundial está assessorando governos da região para que regulem a produção limpa e levem mais benefícios para as comunidades, apontou Jaramillo ao ser questionado pela BNamericas sobre a existência de iniciativas para o desenvolvimento do lítio no Chile e na Argentina.

A BNamericas também perguntou se haveria risco de uma eventual manutenção do protagonismo da China no consumo mundial de cobre e na fabricação de baterias para veículos elétricos (70%). Jaramillo explicou que o principal ponto é que os recursos sejam utilizados em benefício da população e que a exploração seja conduzida sem agredir o meio ambiente, independentemente da origem do investimento.

“Todos os investidores são bem-vindos na maioria dos países da América Latina, desde que cumpram os regulamentos e gerem renda para o país e as comunidades”, acrescentou.

Sem as medidas apropriadas, até 2030, aproximadamente 5,8 milhões de pessoas poderão entrar na extrema pobreza como resultado das mudanças climáticas e, até 2050, mais de 17 milhões de pessoas poderão ser forçadas a deixar suas casas para escapar dos impactos climáticos, destacou o Banco Mundial em um relatório de setembro.

No ano fiscal de 2022, o Banco Mundial forneceu cerca de US$ 4,7 bilhões para diferentes projetos voltados para ações climáticas na região da América Latina.