BHP aumenta produção de cobre na mina chilena Escondida e prepara expansão

A BHP está ampliando a produção de cobre em sua mina chilena Escondida e preparando um programa de crescimento que visa atingir 1,4 Mt/a (milhão de toneladas anuais) a partir de 2031.

Com a incorporação de projetos na Argentina ao seu portfólio por meio da joint venture com a canadense Lundin Mining, a empresa australiana se posiciona para reforçar sua presença na mineração global de cobre. 

A Escondida registrou um aumento anual de 11% na produção no trimestre de julho a setembro, que corresponde ao 1T25 da BHP, totalizando 304.200 toneladas, conforme planejado, afirmou a multinacional com sede em Melbourne em um recente relatório operacional.

O aumento foi atribuído a um teor mais elevado do minério de alimentação do concentrador e à melhor recuperação, embora tenha sido parcialmente compensado por uma menor produção de cátodos, acrescenta o documento. 

A maior mina de cobre do mundo, localizada na Região de Antofagasta, no norte do Chile, enfrentou o impacto da diminuição da qualidade do minério que chega concentradores.

Por esse motivo, a BHP está analisando um programa de expansão e otimização, que inclui uma possível ampliação nos concentradores de Laguna Seca, em Escondida, e a construção de um novo concentrador para substituir as antigas instalações de Los Colorados, atualmente em manutenção temporária. 

Além disso, a empresa considera a introdução de novas tecnologias de lixiviação para desbloquear recursos primários de sulfetos no processo catódico, como o projeto FullSaL atualmente em operação em Escondida, após a implementação bem-sucedida da tecnologia na mina Spence.

O investimento de capital para o projeto FullSaL foi de aproximadamente US$ 300 milhões e tem como objetivo produzir cerca de 410.000 toneladas de cátodos de cobre em Escondida ao longo de 10 anos, por meio de melhorias na recuperação e ciclos de lixiviação mais curtos.

A primeira produção do FullSal está planejada para o ano fiscal de 2025, informou a BHP no relatório de agosto.

Escondida produziu 1,1 Mt de cobre no ano passado e um volume semelhante é esperado para o ano fiscal de 2025, variando entre 1,18 milhão e 1,3 milhão de toneladas. 

No entanto, a meta de alcançar 1,4 milhão de toneladas nos próximos sete anos já está em andamento com projetos em desenvolvimento e uma possível nova expansão no concentrador de Spence.

A empresa também pretende reiniciar as operações em Cerro Colorado, no Chile, onde existem 1,7 bilhão de toneladas de recursos inferidos, explicou a CFO da BHP, Vandita Pant, durante a apresentação dos resultados do segundo trimestre de 2024. 

Esses projetos são fundamentais, considerando que no terceiro trimestre de 2024, a produção de Spence sofreu uma redução anual de 13%, para 60.100 toneladas de cobre, enquanto a produção de cátodo caiu 19%, para 24.400 toneladas, conforme planejado.

Nos 12 meses encerrados em junho de 2023, Spence registrou produção recorde de 289 mil toneladas de cobre, em grande parte devido ao projeto SGO, mas seu declínio já era previsto, portanto, para o novo ano fiscal da BHP espera-se um volume entre 210 mil toneladas e 250 mil toneladas.

Está prevista uma possível ampliação da concentradora em Spence, além da extensão da vida útil do processo de lixiviação.

A BHP segue avançando na melhoria de suas operações no Chile e se prepara para consolidar o desenvolvimento dos projetos de cobre Filo del Sol e Josemaría na Argentina, assim que a transação da joint venture com a Lundin for concluída, prevista para o terceiro trimestre do próximo ano.

De acordo com as previsões da BHP, a demanda global de cobre deverá crescer cerca de 70%, alcançando mais de 50 milhões de toneladas anuais até 2050, devido à transformação em direção à eletrificação.