BHP investirá US$ 250 mi na eletrificação de Escondida

Como parte de sua estratégia de descarbonização, a BHP planeja investir US$ 250 milhões em um sistema híbrido diesel-elétrico nos caminhões de mineração de alta tonelagem usados nas operações da mina Escondida, no norte do Chile.

A iniciativa também envolve a construção e operação de linhas de alta e média tensão, de 220 kV e 33 kV, respectivamente, visando alimentar os veículos convertidos que continuarão a circular por uma das maiores jazidas de cobre do mundo, localizada na região de Antofagasta.

A declaração de impacto ambiental submetida à agência de avaliação SEA descreve um sistema de eletrificação localizado nas zonas de maior consumo de combustível, como as rampas por onde passam os caminhões carregados de material.

Além disso, está prevista a construção de uma subestação elétrica e a instalação de três linhas de distribuição de 33 kV, as quais serão potenciadas com a conectividade elétrica existente no setor – como a linha Domeyko, de 220 kV, que abastece Escondida –, segundo a declaração ambiental apresentada esta semana.

A construção está programada para começar em meados de 2026 e a operação se estenderá por 23 anos a partir de 2027.

PLANO DE DESCARBONIZAÇÃO

Este projeto é fundamental no plano de redução de emissões da BHP, o qual permitiu a incorporação de pás e furadeiras elétricas em Escondida. Além disso, hoje, tanto este ativo quanto Spence são operações que utilizam apenas energia renovável.

Camille Simeon, líder de prática ESG da BHP para Austrália e Ásia, disse durante recente apresentação a investidores que a empresa avalia o uso de caminhões de transporte assistidos por trolleys para reduzir o consumo de diesel, substituir o transporte acionado mecanicamente e acompanhar a futura entrada de caminhões elétricos.

Simeon comentou que serão feitos esforços para melhorar a infraestrutura em Escondida, com o objetivo de reduzir o tempo de carregamento dos caminhões elétricos e avançar para a adoção generalizada destas unidades pela mineradora no Chile até 2040.

O país tem um plano nacional para promover a eletromobilidade na indústria de mineração, com foco em alcançar a neutralidade de carbono até 2050.

Além da BHP, empresas como Codelco, Antofagasta Minerals, Anglo American, SQM e Minera del Pacífico avançam na eletrificação. As mineradoras dispõem de veículos eléctricos para transportar trabalhadores e realizam pilotos de outros tipos de veículos elétricos ligeiros para validar sua sustentabilidade.

“Até 2022, 60% da mineração de cobre tem planos para eletromobilidade e/ou transporte de baixas emissões, chegando a 79% na mineração de grande porte e 45% na mineração de médio porte”, indicou a Comissão Chilena do Cobre (Cochilco) em comunicado recente.