Brasil cogita desativação de redes 2G e 3G

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) abriu um processo de consulta para coletar observações sobre os planos de encerrar as redes 2G e 3G e transferir seu espectro usado para 4G e 5G.

O processo foi lançado terça-feira (3), segundo publicação no Diário Oficial da União.

Operadoras de outros países da região, como Porto Rico, Colômbia e Chile, já iniciaram esse processo de paralisação, conforme noticiado pela BNamericas.

Ao mesmo tempo, a agência promete restringir a certificação de celulares e outros equipamentos feitos para funcionar apenas com tecnologias legadas, um pedido que tem sido feito tanto por operadoras quanto por fabricantes de chipsets como a Qualcomm.

Dados da Anatel mostraram que 16,7% da base móvel do Brasil no final de agosto era composta por dispositivos 2G e 3G, ou 42,2 milhões de acessos.

Do total, o 2G foi responsável por 21,5 milhões de conexões e o 3G por 20,7 milhões. A operadora com mais acessos 2G no país é a Telefônica, enquanto a Claro lidera em 3G.

Há um problema, no entanto, uma vez que a maioria das ligações M2M e IoT no país operam em redes 2G e 3G.

Falando na conferência Futurecom em São Paulo na terça-feira (3), Vinícius Caram, superintendente de espectro e recursos da Anatel, afirmou que as certificações devem continuar, mas apenas para dispositivos que também sejam adequados para 4G e 5G.

Ele explicou que os equipamentos 2G e 3G não podem continuar a crescer às custas das novas tecnologias.

“Os dispositivos restritos ou compatíveis apenas com as tecnologias 2G e 3G utilizam o espectro de forma menos eficiente e, de forma global, seus ecossistemas isolados estão se tornando obsoletos para atender às demandas das aplicações atuais”, argumentou a Anatel na consulta.

“Assim, tais dispositivos tendem a ter custos onerosos para sua manutenção e obrigação de se manterem ativados. Cabe ressaltar que as aplicações que atendem conexões diretas de máquinas, que eventualmente demandam taxas de transmissão menores, podem ser atendidas pelas novas tecnologias e releases”, concluiu a agência.