Brasil implantará segundo trecho do projeto de fibra da Amazônia no quarto trimestre

O governo brasileiro espera implantar um segundo cabo subfluvial para o projeto de conectividade de fibra da Amazônia no último trimestre deste ano, segundo o Ministério das Comunicações.

O Infovia 01 é o segundo trecho do programa de conectividade PAIS Amazônia. Ele conectará a cidade de Santarém, no estado do Pará, a Manaus, no Amazonas, por meio de 740 km de fibra ao longo do rio Amazonas, para minimizar os impactos ambientais.

O PAIS faz parte do programa Norte Conectado do governo federal para levar conectividade a áreas remotas do norte do Brasil. Com o plano Nordeste Conectado, que tem como foco os estados do Nordeste, o governo espera que cerca de 24 milhões de pessoas sejam beneficiadas.

O cabo do Infovia 00, primeiro trecho do programa PAIS, será finalmente lançado nesta semana, após a obtenção da liberação ambiental do Ibama.

O Infovia 00 ligará as cidades de Macapá, Almeirim, Monte Alegre, Alenquer e Santarém, nos estados do Amapá e Pará.

A empresa italiana de cabos de energia e telecomunicações Prysmian foi contratada em janeiro passado para fornecer os 770 km de cabo para o Infovia 00.

Fabricado na Alemanha, o cabo foi entregue pela Prysmian em setembro. Possui 24 pares de fibras óticas e 100 Gbps de capacidade de transmissão.

A empresa brasileira Navegação Prates foi contratada para realizar o assentamento da fibra.

O investimento no Infovia 00 é de 94 milhões de reais (US$ 17 milhões), sendo a maior parte do Ministério das Comunicações.

TERRA

As redes metropolitanas distribuirão o sinal de fibra ótica em cada município para organizações, instituições de pesquisa, hospitais, centros de saúde e tribunais.

O Ministério das Comunicações espera que essas redes sejam concluídas até março.

A Rede Nacional de Ensino e Pesquisa – RNP, responsável pela gestão do PAIS, compartilhará acesso e infraestrutura com operadoras e provedores de internet que compõem o consórcio aberto de operadoras neutras.

As empresas habilitadas para o consórcio são: Aquamar, BRDigital, CTE Telecom, ICOM Telecom, Radiante, SEA Telecom, Simplex Informática, Telefônica e Wirelink.

Essas empresas serão responsáveis por manter a rede e levar conectividade às cidades.

Ao todo, o PAIS será composto por oito trechos, totalizando cerca de 12 mil km. O programa foi concebido inicialmente no governo de Dilma Rousseff.

Um funcionário do Ministério das Comunicações disse à BNamericas que provavelmente não haverá tempo para avanços em qualquer outro trecho antes do final do mandato do presidente Jair Bolsonaro, ainda este ano.

O capex do PAIS foi informado pela RNP em 796 milhões de reais.

Segundo o Ministério, no entanto, o capex total previsto para o programa, incluindo redes metropolitanas e infraestrutura de suporte relacionada, é de R$ 1,7 bilhão, parte dos quais virá de recursos captados no recente leilão 5G.

NORDESTE

Quanto ao Nordeste Conectado, o Ministério disse ter concluído 64% das atividades relacionadas à rede de backbone que interligará 19 cidades nordestinas participantes do programa.

O governo e a RNP contam com a rede elétrica da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), que já possui fibras óticas em suas linhas de transmissão.

Assim como no PAIS e no Norte Conectado, as redes metropolitanas nos municípios permitirão que a conectividade alcance escolas públicas, universidades federais, institutos federais, unidades de pesquisa e outros órgãos públicos.