Brasil investirá R$ 6,4 bi em 2024 para mitigar efeitos de eventos climáticos extremos

O governo brasileiro planeja investir R$ 6,4 bilhões (US$ 1,3 bi) este ano em projetos para mitigar os efeitos de eventos climáticos extremos.

Do total, R$ 4,8 bilhões deverão ser destinados a obras de drenagem e R$ 1,6 bilhão de reais à contenção de encostas.

“As medidas para reduzir os impactos dos eventos climáticos extremos no Brasil ainda têm um caráter muito reativo, surgindo depois que os problemas acontecem, e não proativas. Na verdade, este não é um problema fácil de resolver, pois exige mudanças legislativas, já que estamos falando sobre projetos que envolvem governo federal, governos estaduais e prefeituras”, disse à BNamericas Frederico Araujo Turolla, especialista em infraestrutura e sócio da consultoria Pezco Economics.

Os investimentos anunciados do governo federal ocorrem no momento em que as cidades brasileiras, incluindo as maiores regiões metropolitanas do país, como São Paulo e Rio de Janeiro, sofrem cada vez mais com eventos climáticos extremos, como chuvas torrenciais e ventos fortes, causando inundações e deslizamentos de terra, entre outros problemas, e resultando em mortes e destruição de casas e infraestrutura.

No último final de semana, 12 pessoas morreram após chuvas fortes atingirem a região metropolitana do Rio de Janeiro, provocando alagamentos e deslizamentos de terra.

“Estamos percebendo que esses eventos climáticos [extremos] só fazem crescer a cada ano e precisamos priorizar. Não queremos mais ver cenas como essas se repetirem no nosso país”, declarou em comunicado o ministro das Cidades, Jader Filho.

O governo brasileiro planeja até 2026 – último ano do mandato de Lula – injetar até R$ 11,7 bilhões, incluindo R$ 8,9 bilhões em obras de drenagem e R$ 2,8 bilhões em contenção de encostas.

Os recursos do governo federal serão direcionados aos governos municipais e estaduais para os projetos.

Entretanto, no setor privado, as concessionárias de infraestrutura também estão cautelosas com fenômenos climáticos extremos. “Os mais recentes contratos de concessão em diversas áreas que estão sendo assinados contêm cláusulas que protegem os investidores em caso de eventos climáticos”, acrescentou Turolla.